Professor holandês se refugia após ser ameaçado por mostrar charges envolvendo jihadista
Docente mostrou charges que criticavam ataque ao jornal francês Charlie Hebdo para alunos durante homenagens a professor francês morto em ação terrorista
Um professor da cidade de Rotterdam, na Holanda, precisou se refugiar após uma série de ameaças feitas pessoalmente e virtualmente por mostrar em sala uma charge em referência ao ataque à redação do Charlie Hebdo, que deixou 12 pessoas mortas na França em 2015. O cartum, feito por um holandês ainda em e 2015, retrata um homem usando a camisa do jornal, decapitado, e mostrando a língua para um jihadista que teria o atacado. Apesar de estar na sala há anos, o desenho teria sido colocado em debate pelo professor após homenagem feita na escola a um docente francês morto em ação terrorista há algumas semanas.
Segundo o jornal holandês NRC, um grupo de alunas muçulmanas acusou o professor de “blasfêmia” e pediu que o material fosse retirado de sala de aula. O professor teria tentado explicar às alunas que o desenho não retratava a imagem de Maomé, o que é considerado uma blasfêmia na religião muçulmana, mas sim um extremista. Ainda assim, a escola escolheu retirar a imagem da sala de aula. Após a decisão, imagens do quadro na diretoria da escola foram divulgadas nas redes sociais e uma série de ameaças foram registradas contra o professor. “Se isso não for removido imediatamente, vamos fazer as coisas de maneira diferente”, afirmou uma das publicações.
A polícia do país afirmou que uma investigação “substancial” está em curso para encontrar os responsáveis pelas ameaças. Equipes policiais chegaram a ser enviadas à escola para conversar com os alunos e passar uma mensagem coletiva sobre tolerância aos discursos. Ninguém foi preso até o momento e os autores das publicações e das contas que divulgaram imagens ainda não foram identificados. O professor alvo das ameaças, por sua vez, está “escondido em um local seguro”. Autoridades não detalharam se ele continua no país ou se saiu da região por segurança.
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