Rebeldes houthis, aliados do Irã, atacam embarcações comerciais no mar Vermelho

Ataque acontece em meio aumento das tensões no Oriente Médio e preocupa o Ocidente

  • Por da Redação
  • 10/01/2024 10h44
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MOHAMMED HUWAIS / AFP grupo houthis Combatentes Houthi recém-recrutados entoam slogans enquanto viajam em um veículo militar durante uma reunião na capital Sanaa para mobilizar mais combatentes para as frentes de batalha para combater as forças pró-governo em várias cidades do Iêmen

Os rebeldes houthis, aliados do Irã, Hamas e Hezbollah, realizaram um ataque com drone e mísseis contra embarcações comerciais no mar Vermelho. Ao todo, foram utilizados 18 drones, dois mísseis de cruzeiro e um míssil antinavio, que foram interceptados por caças americanos e navios de guerra de Washington e Londres. Os aliados ocidentais afirmaram que todos os armamentos foram derrubados sem causar danos. A ação ocorreu próximo aos portos iemenitas de Hodeida e Mokha, e foi o 26º ataque houthi contra rotas comerciais no mar Vermelho desde novembro. A empresa de inteligência Ambrey, especializada em segurança marítima, informou que os houthis lutam uma guerra civil desde 2014, expulsando o governo local da capital, Sanaã. Seus ataques têm como alvo navios com alguma ligação com Israel.

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Os EUA aplicam sua força-tarefa no mar Vermelho desde 2002 contra pirataria, contando principalmente com navios de aliados da Otan. Os engajamentos britânicos, usando mísseis Sea Viper, são os primeiros do país na região desde a Guerra do Golfo de 1991. O comércio por navios no mar Vermelho representa cerca de 15% do comércio mundial.  Essa mais recente movimentação no Oriente Médio preocupa o Ocidente, pois aumentam as chances de uma escalda do conflito que, até o momento, está centralizada entre Israel e Hamas. A insistência dos houthis em realizar ataques gera temores de que os EUA e seus aliados acabarão atacando posições no país. Isso desagrada Washington, que quer evitar uma escalada regional do conflito Israel-Hamas e tem sua maior base no Oriente Médio ao alcance de mísseis houthis, na costa do Djibuti.

Esse aumento das tensões acontecem em um momento em que as operações do Exército de Israel seguem focadas no sul da Faixa de Gaza, após Tel Aviv dar por encerradas as ações principais na parte norte da região. No entanto, as atenções estão voltadas para a fronteira norte, onde as escaramuças entre Israel e o Hezbollah libanês ameaçam sair do controle. Na terça-feira, 9, o Hezbollah atacou uma das principais bases militares de Israel no norte do país, em Safed, pela primeira vez nesta guerra. A ação ocorreu após a morte de um comandante militar do Hezbollah no sul do Líbano. Nesta quarta-feira, o padrão de troca de fogo se repetiu, com caças israelenses bombardeando posições do rival e o Hezbollah alvejando cidades de Israel com mísseis antitanque.

Desde a última grande guerra entre Israel e o Hezbollah, em 2006, analistas se perguntam quando haverá um novo confronto entre os dois lados. A redução gradual da guerra em Gaza também favorece a ideia de um confronto mais aberto, já que o temor de duas frentes de atrito intensas simultâneas se dissipa um pouco. Os EUA continuam sua ofensiva diplomática, com o secretário de Estado, Antony Blinken, visitando o presidente palestino, Mahmoud Abbas. Abbas afirmou que apenas uma solução de dois Estados resolverá o impasse na região. Na véspera, Blinken também falou sobre a importância de uma solução de dois Estados durante uma reunião com líderes de Israel. A retaliação de Israel ao mega-ataque do Hamas em outubro tem sido criticada pelo eleitorado democrata nos EUA. No entanto, até o momento, Israel tem jogado segundo suas regras, apesar da pressão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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