Rede de lavagem dinheiro e tráfico de drogas ligada ao futebol espanhol é desmantelada na Argentina

Quadrilha financiou grupo imobiliário que investiu em prédios particulares e em outros imóveis no Brasil e em território argentino, por meio de uma casa de câmbio ilegal

  • Por Jovem Pan
  • 30/12/2023 10h15 - Atualizado em 30/12/2023 19h10
EFE/Enrique García Medina patricia bullrich Ministra da Segurança, Patricia Bullrich, disse que operação demonstra que a venda de drogas no varejo é um dos problemas mais graves no país

A Polícia Federal da Argentina desarticulou uma rede de lavagem de dinheiro ligada ao tráfico de drogas com ramificações no país, no Brasil e na Espanha, onde foi detectada a compra de um time de futebol, o Club Deportivo Guadalajara, e de uma empresa que representa esportistas. Em entrevista coletiva, a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, disse que essa operação demonstra que a venda de drogas no varejo é “um dos problemas mais graves no país, pois gera modelos de financiamento de capital ilícito”. Embora o caso ainda esteja sob sigilo, Bullrich e a Polícia Federal forneceram algumas informações sobre as manobras de lavagem supostamente usadas pela quadrilha liderada por um traficante conhecido como “Mameluco” Villalba.

Villalba, chefe de uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas da região de Buenos Aires, está atualmente cumprindo uma sentença de 27 anos na prisão de Ezeiza, apesar de estar envolvido em operações de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro envolvendo seus filhos e parentes próximos. Embora não fosse seu principal canal de lavagem de dinheiro, a família Villalba financiou, por meio de um grupo imobiliário, a compra do Club Deportivo Guadalajara – que disputa a Segunda Divisão do Campeonato Espanhol de futebol – e de uma empresa de representação de esportistas. Por meio de ambas as empresas, o grupo imobiliário supostamente teria se envolvido “no envio e na lavagem de dinheiro por meio da compra e venda de jogadores de futebol”, incluindo o filho de um dos sócios-fundadores da empresa de construção, de acordo com a Polícia Federal da Argentina.

A quadrilha financiou esse grupo imobiliário, que investiu em prédios particulares e em outros imóveis na Argentina e no Brasil, por meio de uma casa de câmbio ilegal. Além disso, os Villabas usavam duas empresas financeiras ilegais em Buenos Aires e operavam um estabelecimento para a compra e venda de veículos, que também utilizavam para realizar o tráfico de drogas. A estimativa das autoridades é que as operações de lavagem de dinheiro geraram lucros de US$ 4 milhões para os Villalbas entre 2020 e 2021.

*Com informações da agência EFE

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