‘Reféns perdidos’ ameaçam prorrogação do acordo entre Israel e Hamas

Cessar-fogo encerra na quinta-feira, 30, às 7h (2h horário de Brasília); autoridades alegam que grupo islâmico não tem controle de todas as pessoas sequestradas 

  • Por Jovem Pan
  • 28/11/2023 18h03
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Oren ZIV / AFP reféns hamas Eefém israelense libertada Yocheved Lifshitz (centro), 85 anos, participa de um protesto com seus familiares em frente ao Ministério da Defesa em Tel Aviv

Os ‘reféns perdidos’ ameaçam a continuação da trégua entre Israel e Hamas que acontece desde o dia 24 de novembro e já libertou 81 pessoas, alguns diretamente ligados ao acordo firmado pelos dois envolvidos na guerra entre Israel e Hamas, e outros por negociações paralelas, e concedeu liberdade a 180 presos palestinos. A preocupação neste momento, em que o cessar-fogo tem previsão de encerrar na quinta-feira, 30, às 7h (2h em Brasília), é porque nem todos os sequestrados estão ao alcance do Hamas. Em declaração feita no domingo, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, em entrevista a ‘Financial Times’, condicionou a prorrogação da trégua ao esforço do movimento palestino para recuperar 40 reféns que não estariam sob custódia do Hamas. “Um dos propósitos da pausa é que eles tenham tempo para buscar pelo resto dos reféns desaparecidos”, disse o premiê.

Nesta terça-feira, 28, Estados Unidos, Egito e Catar, que participam das negociações da trégua, informaram que ela pode se estender por mais dias, como previsto na clausulá inicial do acordo, porém, é necessário que o grupo islâmico liberte por dia 10 reféns. Essa ameça a trégua ganha evidência agora diante do aumento das dúvidas sobre quantos reféns estariam sobre o controle do Hamas, já que, durante o ataque realizado em 7 de outubro, há informações de que outros grupos palestino também teriam se envolvido na invasão e capturado reféns, o que os deixa na mãe de várias facções. Antes do acordo, os israelenses estimavam que 240 pessoas haviam sido sequestradas. Um comunicado da Human Rights Watch (HRW), divulgado após o ataque, mostrou que apenas 200 reféns estavam sob controle do Hamas, cerca de 30 estariam com a Jihad islâmica e os demais estariam com outras facções. Mesmo que atualmente Hamas e Jihad Islâmicas estejam atuando em conjunto, Hans-Jakob Schindler, diretor do thinktank Counter Extremism Project, à ‘Sky News’, declarou que os grupos são competidores pelo controle de Gaza.

“Não é totalmente certo dizer que o Hamas pode conseguir a libertação de nenhum prisioneiro em posse da Jihad Islâmica”, disse. “Há uma bem-desenvolvida economia de contrabando em Gaza, há décadas, muito antes do Hamas tomar o controle, organizada por redes de famílias criminosas. É possível que reféns não estejam nem com o Hamas e nem com a Jihad Islâmica, mas com essas organizações criminosas”, concluiu Schindler. Ao redor do mundo, outras nações e autoridades questionam o controle total do Hamas sob os reféns. O jornal britânico, ‘The Independent’, estima que 100 reféns não estão com o Hamas. Apesar de se mostrar disposto a manter o cessar-fogo por mais tempo, Israel não tem interesse em fazer desse fato algo eterno, pelo contrário, já disse que quando colocar fim a trégua, as hostilidades vão recomeçar e eles vão cumprir com seu principal objetivo: aniquilar o Hamas.

 

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