Israel e Hamas iniciam 5º dia de trégua com discussão de prorrogação do cessar-fogo e troca de lista de reféns e prisioneiros
Cessar-fogo foi estendido nesta terça por mais 48h e prevê a libertação de 20 sequestrados em troca de 60 presos palestinos; Ahed Tamimi, uma jovem que virou símbolo da causa palestina, deve ser liberada
Começou nesta terça-feira, 28, a prorrogação da trégua entre Israel e Hamas que terá duração de 48 horas. Como parte do acordo, além do cessar-fogo e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, também haverá a libertação de 20 reféns em troca de 60 presos palestinos. Nesta terça, Israel recebeu a lista de reféns que devem ser libertados ainda hoje. Segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a lista está sob revisão e as famílias dos sequestrados serão avisadas. Uma fonte próxima ao movimento islamita palestino informou que 10 reféns devem ser libertados nesta terça em troca de 30 presos palestinos. “Houve uma troca de listas de nomes (…) no quinto dia de trégua, sem a apresentação de objeções”, declarou a fonte. “Alguns trabalhadores estrangeiros em Gaza também serão liberados”, acrescentou. Israel e Hamas iniciaram uma trégua na guerra que acontece desde o começo de outubro no dia 24 de novembro. Desde então, foram libertos 50 reféns em troca de 150 presos palestinos. Além disso, outros 19 reféns, em sua maioria trabalhadores estrangeiros em Israel, foram libertados pelo Hamas à margem do acordo que, a princípio, teria duração de quatro dias, até a madrugada desta terça-feira. Poucas horas antes do fim do prazo, Estados Unidos e Catar anunciaram a extensão da trégua por mais dois dias, até a quinta-feira às 7h de Gaza (2h de Brasília). “As partes palestina e israelense alcançaram um acordo para prolongar a pausa humanitária em Gaza por mais dois dias”, anunciou em um comunicado o porta-voz da diplomacia do Catar, Majed al Ansari.
Na noite de segunda-feira, 27, o último grupo de reféns do primeiro acordo entre Israel e Hamas foi liberto. 11 pessoas deixaram a Faixa de Gaza e foram encaminhadas para Israel, onde recebem atendimento médio e vão se reunir com seus familiares. Nesta última leva estavam seis pessoas de famílias argentinas: uma mãe e as duas filhas adolescentes e a mulher de um argentino que permanece sequestrado e suas duas filhas gêmeas de três anos. O Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que identificou pelo menos 21 cidadãos desaparecidos ou sequestrados no ataque de 7 de outubro do Hamas, comemorou a libertação do grupo, mas pediu “a libertação imediata e incondicional de todos os reféns”. Pouco depois, Israel libertou 33 palestinos de suas prisões, incluindo Mohamed Abu al Humus, que abraçou a mãe ao retornar para casa em Jerusalém Oriental. Em Beitunia, na Cisjordânia ocupada, a recepção aos presos liberados terminou em confrontos com as forças de segurança de Israel. Um jovem palestino morreu ao ser atingido por tiros, informou o Ministério da Saúde palestino.
Antes da extensão da trégua, o gabinete de Netanyahu aprovou a inclusão de “50 prisioneiros” na lista de pessoas que podem ser liberadas, entre elas Ahed Tamimi, uma jovem que virou símbolo da causa palestina. Os mediadores trabalham para prolongar a trégua além das 48 horas adicionais. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará no fim de semana para Israel e Cisjordânia ocupada para reuniões com Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. Israel já havia informado que poderá estender o cessar-fogo por mais dias, mas, para isso, é preciso que o Hamas liberte 10 reféns por dia. Apesar da pressão da sociedade civil para conseguir o retorno de mais reféns, tanto o Exército como o governo de Israel reiteraram nos últimos dias que pretendem retomar os combates para “eliminar” o Hamas. O governo de Netanyahu solicitou ao Parlamento um orçamento “de guerra” de 30,3 bilhões de shekels (8 bilhões de dólares, 39 bilhões de reais). A guerra no Oriente Médio já deixou 1.200 pessoas morta em Israel, entre eles estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança, e 14.854 mortos em Gaza, sendo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
*Com agências internacionais
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