Rússia denuncia ‘concorrência desleal’ contra a vacina Sputnik V

Imunizante presentou eficácia de 91,4% no último controle realizado na terceira fase dos testes clínicos

  • 27/12/2020 15h05 - Atualizado em 27/12/2020 15h08
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EFE/EPA/MINZDRAV Frascos da vacina russa contra a Covid-19, Sputnik V Imunizante desenvolvido pelos russos já foi aprovado na Argentina e Belarus

O Kremlin denunciou neste domingo a “concorrência desleal” contra a vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, que já foi registrada em dois países estrangeiros, Argentina e Belarus. “Infelizmente, temos deparado com muitos casos de concorrência desleal. Vamos lembrar os ataques que ocorreram contra a Sputnik V. Absolutamente ultrajante. Isso, é claro, não cheira a cooperação”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à televisão pública. A vacina Sputnik V apresentou eficácia de 91,4% no último controle realizado na terceira fase dos testes clínicos, dados que, segundo seus criadores, “permitem afirmar com segurança que é altamente eficaz e totalmente seguro para a saúde.”

Peskov ressaltou que, no entanto, “agora, quando a Sputnik V se tornou efetivamente uma das vacinas mais procuradas do mundo, os ataques não são mais tão eficazes”. Ele lembrou que o presidente russo, Vladimir Putin, pediu desde o início uma “atitude responsável” no que diz respeito a “compartilhar” a vacina com outros países e o fez na última cúpula do G20. “Então, em seu discurso, o presidente disse justamente que a cooperação para a produção da vacina (…) deve ser totalmente despolitizada, deve ser desprovida de qualquer tipo de pressão estatal ou elementos de competição”, disse.

Por sua vez, ele confirmou que Putin já tomou a decisão de se vacinar, após o Ministério da Saúde russo ter autorizado ontem o uso da Sputnik V entre pessoas com mais de 60 anos de idade. “Ele, aliás, disse que o faria sem falta. Disse que seria vacinado, que tomou essa decisão e esperava o fim dos trâmites”, explicou o porta-voz presidencial. Embora considere que esta decisão pertence apenas ao presidente, sua disposição de se inocular com a preparação russa mostra “o nível de confiança em nossa vacina e sua confiabilidade.”

Na semana passada, o presidente russo admitiu em sua entrevista coletiva anual que não poderia ser vacinado porque sua idade, 68 anos, não permitia, mas que o faria assim que surgisse a oportunidade. A Argentina, que recebeu o primeiro lote de 300 mil doses da Sputnik V na semana passada, começará a vacinar sua população na próxima terça-feira, 29. Vários países latino-americanos demonstraram grande interesse em receber a vacina criada pelo Centro de Microbiologia e Epidemiologia Gamaleya, em janeiro, segundo o Fundo Russo de Investimentos Diretos.

*Com EFE

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