Rússia diz que os países que enviarem armas e ‘mercenários’ à Ucrânia terão que ‘assumir consequências’

Advertência foi feita pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, sem explicar quais medidas podem ser adotadas em represália

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2022 12h41
Yuri KADOBNOV / AFP Maria Zakharova Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia

A Rússia afirma que os países ocidentais que decidirem enviar armas e ‘merecenários’ à Ucrânia durante o conflito no leste europeu vão responder por isso e “assumir as consequências”. A advertência foi dada nesta quarta-feira, 9, pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, em entrevista à agência de notícias Sputnik. Segundo Zakharova, embaixadas de diferentes países em Moscou foram informadas do posicionamento diante da questão. Ela ainda disse que, anteriormente, os embaixadores do país já haviam comunicado essa posição aos respectivos países onde representam o Kremlin. Entretanto, a porta-voz não elucidou quais medidas podem ser tomadas pela Rússia como forma de represália.

“Estes países devem compreender a responsabilidade que vão assumir por isto. Como é que vão compreender? É bastante simples. Os nossos diplomatas, embaixadores e as nossas embaixadas transmitiram a nossa posição clara e bem formulada a estas capitais”, disse Zakharova. Ela ainda comentou sobre o caso de envios de soldados para lutar ao lado da Ucrânia, chamando-os de mercenários. “Gostaríamos de mais uma vez chamar a atenção de nossos parceiros para o fato de que não somos responsáveis ​​pela vida de nossos cidadãos que optaram por participar de atividades armadas ilegais na Ucrânia. Quaisquer atividades armadas contra as forças russas serão imediatamente interrompidas e os grupos armados de mercenários estrangeiros serão eliminados”, disse. “Os Estados europeus devem estar conscientes de que os voluntários e mercenários enviados para a Ucrânia retornarão como combatentes duros” à Europa, semelhantes aos do Oriente Médio que “inundam a União Europeia há anos”, acrescentou.

Os países da UE em bloco e também alguns deles individualmente concordaram em enviar equipamento militar e armas para a Ucrânia para apoiar o governo em Kiev após a invasão do país em 24 de fevererio. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também apelou aos cidadãos de países estrangeiros amigos da Ucrânia a irem ao país para se juntarem à luta contra o ataque russo. De acordo com as regras do serviço militar ucraniano, cidadãos estrangeiros podem se juntar voluntariamente às Forças Armadas em unidades como as forças de defesa territorial.

Zakharova enfatizou que “este movimento de Moscou” teve um efeito importante, uma vez que, segunda ela, depois de falar com as embaixadas, “a retórica descontrolada ecoada por alguns países diminuiu”. Também nesta quarta, a porta-voz voltou a reforçar o discurso do presidente Vladimir Putin de que a Rússia não quer tomar a Ucrânia e derrubar o governo de Zelensky. Em um longo pronunciamento oficial, ela ainda disse que é mentira que a Rússia esteja atacando civis em corredores humanitários, por onde refugiados tem deixando a Ucrânia desde ontem.

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