Rússia, Irã, China e outros três países declaram apoio a Nicolás Maduro

  • Por Jovem Pan
  • 24/01/2019 12h32 - Atualizado em 24/01/2019 12h40
Agência EFE EFE/MIGUEL GUTIÉRREZ Nicolás Maduro logo após votar em eleições que deram aos chavistas grande derrota no Parlamento

Presidentes de sete países declararam apoio ao ditador venezuelano, Nicolás Maduro, nesta quinta-feira (24), depois que o presidente do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou na última quarta-feira que assumiu a presidência do país de forma interina, até a realização de novas eleições. São eles: Irã, Rússia, China, Turquia, China, Cuba e Bolívia.

“Hoje, 23 de janeiro de 2019, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional, invocando os artigos da Constituição (…), diante de Deus todo-poderoso e da Venezuela (…), juro assumir formalmente as competências do Executivo Nacional como presidente em exercício da Venezuela”, disse Guaidó, durante uma manifestação de opositores ao governo de Maduro, em Caracas, que reuniu centenas de milhares de pessoas.

Segundo Guaidó, isso é necessário para devolver a democracia ao país. “Sabemos que isso terá consequências, sabemos o que é necessário para nos manter nas ruas da Venezuela até conseguir a democracia. Não vamos permitir que desinfle este grande movimento de esperança e força nacional”, afirmou. “Vamos insistir até a democracia, até a liberdade, até que cada venezuelano tenha pão na mesa, até que retornem a água e o gás às casas da Venezuela, até que nossos filhos voltem ao território nacional, até que consigamos definitivamente a prosperidade”, discursou.

O presidente do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó (Crédito: Agência EFE)

Confira, abaixo, o que disse cada governo que declarou apoio a Maduro:

Irã

As autoridades iranianas afirmaram que são contra a “a ilegítima ingerência estrangeira”, depois que os Estados Unidos e outros páises reconheceram Guaidó como legítimo. “A República Islâmica do Irã apoia o governo e a nação da Venezuela contra qualquer intervenção estrangeira em seus assuntos internos ou qualquer outra medida ilegal como um golpe de Estado”, afirmou o porta-voz da Chancelaria iraniana, Bahram Qasemi.

Segundo o Irã, os problemas políticos da Venezuela devem ser resolvidos em breve pelo povo e pelo governo do país, “utilizando mecanismos legais e pacíficos”. As relações entre o Irã e a Venezuela são muito estreitas desde a época do falecido presidente Hugo Chávez, fortalecidas por sua oposição mútua aos EUA.

Rússia

Aliado da Venezuela, o governo russo avaliou que há “sinais de um golpe de estado” na atitude de Guaido de se autoproclamar presidente, conforme escreveu o presidente do Comitê de Relações Exteriores, Konstantin Kosachev nas redes sociais.

A Rússia alertou sobre a possibilidade de agravamento da crise no país, se o processo de transição for comandado por Guaidó.

Turquia

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan licou para Nicolás Maduro para expressar seu apoio. “Maduro, irmão! Te mantnha firme, estamos com você”, escreveu o porta-voz da Presidência turca, Ibrahim Kalin, no Twitter.

“A Turquia manterá os princípios contra a tentativa golpista sob a liderança do nosso presidente Erdogan”, acrescentou Kalin, encerrando a mensagem com a hashtag #WeAreMADURO.

O país é um importante abastecedor de alimentos e outros bens para a Venezuela. Recentemente, começou a refinar e certificar ouro venezuelano. Ambos países anunciaram no ano passado projetos de cooperação para a exploração de carvão e ouro.

Além disso, eles negociam investimentos turcos na indústria petrolífera da Venezuela, o país com maiores reservas petrolíferas do planeta.

China

A China mostrou nesta quinta-feira apoio ao Governo da Venezuela presidido por Nicolás Maduro e censurou a “intrusão em assuntos internos” dos EUA no país sul-americano.

“A China apoia os esforços do Governo da Venezuela para manter a sua soberania, independência e estabilidade”, afirmou hoje na entrevista coletiva diária a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.

“Em 10 de janeiro, a China e muitos outros países e organizações internacionais enviaram representantes à cerimônia de posse do presidente Maduro”, acrescentou a porta-voz da chancelaria, em resposta a uma pergunta sobre se Pequim segue apoiando o citado líder.

Cuba

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, classificou os útlimos acontecimentos na Venezuela como “tentativas imperialistas” com o objetivo de “desacreditar e desestabilizar a Revolução Bolivariana”. Ele também maniofestou “apoio e solidariedade” a Nicolás Maduro.

O ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, por sua vez, qualificou como “tentativa golpista” a autoproclamação de Guaidó como presidente em exercício da Venezuela e garantiu que a “vontade soberana do povo prevalecerá frente à intervenção imperialista”, em referência aos Estados Unidos. “A história julgará quem encoraja e reconhece a usurpação golpista”, acrescentou o chanceler cubano na sua publicação, também no Twitter.

O posicionamento de Cuba – que tem a Venezuela como principal aliada política e econômica na América Latina – foi anunciado depois que o governo americano reconheceu Guaidó como presidente interino da Venezuela, assim como Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai e Peru.

Bolívia

Assim como Miguel Díaz-Canel, o presidente da Bolívia, Evo Morales, também chamou de tentativa de “imperialismo”, a fim de “ferir mortalmente” a democracia na América do Sul, o fato de o chefe do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, ter assumido as competências do Executivo.

“Nossa solidariedade com o povo venezuelano e o irmão @NicolasMaduro, nestas horas decisivas em que as garras do imperialismo buscam novamente ferir mortalmente a democracia e a autodeterminação dos povos da América do Sul”, escreveu o presidente boliviano em sua conta no Twitter.

Morales, que é aliado político de Maduro, acrescentou que a região “nunca mais” será “pátio traseiro” dos Estados Unidos.

*Com informações da Agência EFE

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