Rússia pediu ajuda militar da China para guerra na Ucrânia, acusa imprensa dos EUA
Autoridades americanas e chinesas se encontram nesta segunda em Roma para discutir o impacto da guerra na Ucrânia na segurança regional e global
Jornais norte-americanos afirmaram neste domingo, 13, que a Rússia pediu ajuda militar e econômica da China para a guerra na Ucrânia. As acusações foram publicadas poucas horas depois de uma advertência da Casa Branca a Pequim de que enfrentaria “sérias consequências” em caso de apoio a Moscou para evitar as sanções. A informação dos jornais partiu de funcionários do governo dos Estados Unidos, que relataram à imprensa que a Rússia havia solicitado equipamento militar e respaldo de seu aliado. Moscou também teria pedido a Pequim assistência econômica para enfrentar as duras sanções impostas por boa parte do mundo ocidental, de acordo com o “The New York Times”, que citou fontes do governos que pediram anonimato.
Pequim reagiu nesta segunda-feira, 14, com indignação às informações, mas não as desmentiu diretamente. “Os Estados Unidos têm divulgado desinformação visando a China sobre a questão da Ucrânia, com intenções maliciosas”, afirmou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, ao responder uma pergunta sobre a notícia publicada. Autoridades americanas e chinesas devem se reunir também nesta segunda em Roma para discutir a guerra no Leste Europeu. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e Yang Jiechi, principal funcionário de diplomacia do Partido Comunista Chinês, e suas respectivas equipes, “discutirão os esforços em andamento para gerenciar a concorrência entre os dois países e o impacto da guerra da Rússia contra a Ucrânia na segurança regional e global”, disse Emily Horne, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. Os EUA pretendem pressionar o gigante asiático a não ajudar a Rússia, de modo a não reduzir o impacto das sanções ocidentais aplicadas contra o país de Vladimir Putin.
Nas redes sociais, o conselheiro do Chefe do Gabinete do Presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolak, que é também um dos negociadores diplomáticos para o contexto de conflito atualmente, criticou o caso. “A Rússia recorreu à ajuda militar da China, relataram várias edições influentes (Financial Times, New York Times). No contexto de uma operação terrestre extremamente fracassada na Ucrânia. A reputação da Federação Russa não é nada. Mas envergonhar a Rússia, tentando encontrar a força em algum lugar (Belarus, Organização do Tratado de Segurança Coletiva, China) para destruir a Ucrânia?”, questionou.
Pequim não condenou diretamente a invasão da Ucrânia por Moscou e culpou repetidamente a “expansão para o leste” da Otan pelo agravamento das tensões entre Kiev e Moscou, uma das principais demandas do presidente russo, Vladimir Putin. Sullivan insistiu que a Casa Branca monitora de perto se a China dá apoio econômico ou material à Rússia para ajudar o país a evitar o impacto das sanções. “É uma preocupação para nós e deixamos claro para Pequim que não ficaremos de braços cruzados e não deixaremos nenhum país compensar as perdas da Rússia devido às sanções econômicas, afirmou ao canal CNN.
Sullivan explicou que, embora não deseje “apresentar ameaças” contra a China, o rival econômico mais importante dos Estados Unidos, “estamos comunicando direta e privadamente a Pequim que haverá consequências no caso de esforços em larga escala para evitar sanções”. A China insistiu na semana passada que a amizade com a Rússia permanece “sólida como uma rocha” e também expressou o desejo de atuar como mediador para acabar com a guerra.
*Com informações da AFP
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.