Rússia realiza um dos maiores ataques aéreos na Guerra na Ucrânia em resposta a supostos atos terroristas em seu território
Exército ucraniano afirmou que derrubou 34 dos 81 mísseis lançados pelas tropas russas e disseram que ao menos 10 regiões foram atingidas e nove pessoas morreram
A Rússia realizou nesta quinta-feira, 9, um dos maiores ataques aéreos da Guerra na Ucrânia e matou ao menos nove pessoas, além de provocar corte de energia elétrica em várias regiões. “Foi uma noite muito difícil”, escreveu o presidente ucraniano nas redes sociais. O exército ucraniano afirmou que a defesa antiaérea derrubou 34 dos 81 mísseis lançados pelas tropas russas e disseram que ao menos 10 regiões, no leste, sul e oeste do país, foram atingidas. Esse foi o ataque mais intenso em semanas. A cidade de Kharkiv (leste) estava sem energia elétrica, água e calefação, segundo o prefeito. A central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pelos russos nos sul da Ucrânia, também ficou sem energia elétrica após um ataque e operava com geradores de emergência, informou a operadora ucraniana Energoatom. Em Kiev, a administração militar afirmou que 40% dos moradores da capital ficaram sem calefação. Alguns distritos da capital, como Odessa, sofreram cortes preventivos de luz.
Desde outubro, após várias derrotas militares na frente de batalha, a Rússia ataca instalações cruciais da Ucrânia, o que provoca cortes no abastecimento de água e energia elétrica para milhões de pessoas, que ficaram sem calefação no inverno (hemisfério norte, verão no Brasil) glacial. Em nota, o ministério de Defesa da Rússia confirmou a autoria do ataque e afirmou que foi em represália por uma incursão recente em seu território. “Em resposta aos atos terroristas do regime de Kiev na região de Briansk (Rússia) em 2 de março, as Forças Armadas da Federação Russa efetuaram bombardeios em larga escala de represália”, afirma o ministério, acrescentando que foram utilizados mísseis Kinzhal (“punhal”, em russo). As equipes de resgate continuam atuando na tentativa de encontrar possíveis sobreviventes entre os escombros. Em Lviv (oeste), um míssil atingiu um bairro residencial e matou pelo menos cinco pessoas, de acordo com o governador regional. Três pessoas morreram na cidade de Kherson (sul) em bombardeios que atingiram um terminal de transporte público, informou o chefe de gabinete da presidência, Andriy Yermak.
O governador da região de Dnipropetrovsk (centro-leste) informou que um homem de 34 anos morreu e duas pessoas ficaram feridas. Os ataques aconteceram poucas horas depois de uma reunião dos 27 ministros da Defesa da União Europeia (UE) com seu homólogo ucraniano, Oleksii Reznikov, na qual negociaram um plano de fornecimento de mísseis e munições a Kiev que pode alcançar o valor de US$ 2,1 bilhões (R$ 10,7 bilhões). Ao mesmo tempo, as autoridades pró-Rússia na região separatista da Transnístria, na fronteira oeste com a Ucrânia, afirmaram que impediram um ataque organizado por Kiev contra os líderes desta região rebelde da Moldávia. De acordo com as autoridades desta região, que declarou sua separação da Moldávia em 1992 e tem o apoio de Moscou, os serviços secretos de Kiev prepararam “um ataque terrorista” na capital Tiraspol para “eliminar dirigentes” de sua administração.
*Com agências internacionais
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