Sánchez diz que exumação de Franco põe fim a uma ‘afronta moral’

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2019 12h19
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EFE A família de Francisco Franco, além de populares, se reúnem na saída do cemitério

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou, nesta quinta-feira (24), que a exumação de Francisco Franco põe fim a uma “afronta moral”, forma como classificou a polêmica presença dos restos do ditador em um monumento público. Em declaração institucional após a transferência do caixão de Franco até a nova localização – o cemitério de El Pardo, bairro nos arredores de Madri -, Sánchez destacou que, com a exumação, “a Espanha dá mais um passo na reconciliação”.

“A reconciliação só pode descansar na democracia e na liberdade que compartilhamos. E a nossa democracia é prestigiada aos olhos do mundo, atendendo a uma recomendação respaldada, entre outros órgãos, pelas Nações Unidas”, disse o governante. “Levou muito tempo para que nos desfizéssemos de um regime repressor. E quase levou o mesmo tempo separar os restos de seu artífice da homenagem pública”, continuou.

Mais de um ano após o governo socialista espanhol ter anunciado a intenção de retirar Franco do Vale dos Caídos, os restos do ditador foram levados nesta quinta-feira (24) até o cemitério de El Pardo, onde está enterrada a sua esposa, Carmen Polo. A transferência foi realizada sem complicações.

Os parentes do ditador foram os encarregados de carregar o caixão – o mesmo no qual Franco foi enterrado – desde o interior da basílica até a esplanada exterior. Depois, ele foi transportado por um helicóptero militar até El Pardo, onde foi novamente sepultado.

O governo de Sánchez decidiu transferir os restos de Franco em uma reforma de 2018. No Vale dos Caídos estão sepultadas cerca de 34 mil vítimas de ambos os lados da Guerra Civil Espanhola.

Passados 44 anos da morte de Franco, a presença dos restos do ditador no local era motivo de polêmica porque trata-se de um monumento estatal, Franco não morreu em combate e na mesma basílica estão enterrados milhares de republicanos, os perdedores da guerra, sem o aval das famílias.

O governo argumentava que “os restos do ditador não poderiam continuar em um mausoléu público que exaltara sua figura, algo expressamente proibido pela lei de memória histórica”.

*Com informações da Agência EFE

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