Seca no Iraque faz cidade de 3.400 anos reaparecer em meio ao Rio Tigre

Edifícios foram encontrados com as paredes preservadas apesar de serem feitas de tijolos de barro e estarem submersas por mais de 40 anos; pesquisadores acreditam que o local seja Zakhiku

  • Por Jovem Pan
  • 15/06/2022 12h43
Divulgação/Wion/Foto: Universidade de Tübingen cidade desaparecida no Iraque Pesquisadores acreditam que se trata da cidade de Zakhiku

Arqueólogos encontraram uma cidade com cerca de 3.400 anos, localizada no Rio Tigre, no Iraque. A descoberta só foi possível devido à seca que atinge o país e abaixou o nível da água no reservatório Mossul. Segundo o jornal Wion News, uma equipe de pesquisadores alemães e curdos foram os responsáveis por localizar a cidade perdida, que continha uma série de grandes edifícios e também um palácio nas ruínas. Estima-se que o local seja Zakhiku, que é da época do Império Mittani da Idade de Bronze entre 1550 e 1350 aC.

O Iraque tem sido fortemente afetado pelas mudanças climáticas. A região do Kemune não recebe chuva há tempos e o sul do país sofre com uma seca extrema. O reservatório de Mossul é a principal fonte de abastecimento de água desde dezembro e tem sido utilizada para evitar a seca das colheitas. A descoberta pegou os pesquisadores de surpresa e os obrigaram a escavar e documentar partes da importante cidade antes que ela ficasse submersa.

Em entrevista a Deutsche Welle, a arqueóloga alemã e professora da Universidade de Freiburg, declarou que “com base no que encontraram em 2018, sabiamos que o local poderia trazer descobertas interessantes”, mas acrescenta dizendo que “não sabíamos exatamente o que encontraríamos”. Apesar da importância da descoberta, a professora informa que “há pouquíssimas menções ao nome da cidade em outras fontes” e que “só agora estão adquirindo novos conhecimentos sobre ela”. Contudo, Hasan Ahmed Qasim, presidente da Organização de Arqueologia do Curdistão, garante que “os resultados da escavação mostram que o local era um importante centro do Império Mitani”.

Para evitar mais danos ao local pelo retorno da água, os edifícios escavados – que foram encontrados com as paredes preservadas apesar de serem feitas de tijolos de barro secos ao sol e terem ficado submersas por mais de 40 anos – foram cobertos com lonas plásticas apertadas e com cascalho como parte de um extenso projeto de conservação. Hoje, a cidade já voltou a ficar submersa e os arqueólogos esperam que um dia ela volte a aparecer.

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