Sem dinheiro, Trump cogita hipotecar ou vender bens para pagar fiança de US$ 464 milhões
Ex-mandatário não tem liquidez para quitar quantia imposta pelo juiz Arthur Engoron, de Nova York; candidato republicano voltou a chamar ação de ‘caças às bruxas’ e ‘ingerência eleitoral’
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump reiterou nesta terça-feira que não tem liquidez para pagar a fiança de US$ 464 milhões (mais de R$ 2 bilhões) que lhe foi imposta pelo juiz Arthur Engoron, de Nova York, a menos que recorra à hipoteca ou venda de “grandes ativos, inclusive com desconto”. Depois que seus advogados argumentaram ontem, em uma carta a Engoron, que era “impossível” para seu cliente levantar essa quantia, Trump recorreu nesta terça-feira a sua rede social Truth para acusar novamente o juiz e criticar o que chamou de “decisão ridícula”, referindo-se à fiança imposta em 16 de fevereiro e que dá ao magnata prazo até o próximo dia 25 para concluir o pagamento.
“Ninguém nunca ouviu nada parecido com isso. Eu seria forçado a fazer uma hipoteca ou vender grandes ativos, inclusive com desconto, e se eu ganhar na apelação, eles desaparecerão. CAÇA ÀS BRUXAS. INGERÊNCIA ELEITORAL!”, escreveu ele com as habituais letras maiúsculas. Os advogados de Trump no caso de fraude argumentaram ontem a impossibilidade de levantar esse dinheiro. “Os esforços contínuos e diligentes dos réus demonstraram que uma fiança no valor total da sentença é ‘uma impossibilidade prática'”, alegaram os advogados na petição ao juiz.
Além disso, a equipe jurídica afirmou que entrou em contato com aproximadamente 30 companhias de seguros por meio de quatro corretores diferentes e passou “incontáveis horas negociando”, mas não obteve sucesso em garantir uma seguradora. Em Nova York, os réus em casos civis devem pagar uma fiança de ao menos 110% do valor da sentença para adiar o pagamento da multa enquanto recorrem. No início deste mês, Trump pagou uma fiança de quase US$ 92 milhões para recorrer da indenização de US$ 83,3 milhões que um júri ordenou que ele pagasse à escritora E. Jean Carroll em um caso de difamação por ter negado as acusações de agressão sexual feitas por ela.
*Com informações da EFE
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