Sobreviventes do acidente aéreo em Cuba seguem em estado “crítico extremo”

  • Por Agência EFE
  • 21/05/2018 18h26
Agência EFE "As três pacientes estão em estado crítico extremo com alto risco de complicação", explicou o diretor-geral do Hospital Calixto García

As três únicas sobreviventes do acidente aéreo que matou 110 pessoas na última sexta-feira em Havana (Cuba) continuam em estado “crítico extremo com possibilidades de complicações” nesta segunda-feira, e dois casos têm “previsões desfavoráveis” devido à gravidade dos ferimentos.

“As três pacientes estão em estado crítico extremo com alto risco de complicação. A partir da evolução e do que podemos ver nas próximas horas, apresentam uma previsão mais desfavorável Grettel Landrove (23 anos) e Emiley Sánchez (39)”, explicou o diretor-geral do Hospital Calixto García, Carlos Alberto Martínez.

Grettel, Emiley e Mailén Díaz (19 anos), todas cubanas, estavam no voo DMJ-972 operado por Cubana de Aviación, que caiu às 12h08 (horário local, 13h08 em Brasília), minutos depois de decolar do Aeroporto Internacional José Martí por causas ainda desconhecidas.

As três são atendidas por uma equipe multidisciplinar de mais de 20 especialistas, que apesar da gravidade dos traumas, utilizam todos os meios para “conseguir reverter danos”, afirmou Martínez. De acordo com os especialistas, inspiram mais cuidados o trauma “neurológico severo” de Grettel e as sérias queimaduras de Emiley, que apresenta lesões em 41% do corpo, sendo aproximadamente 30% do tipo profundo.

A mais jovem sobrevivente apresenta, por sua vez, um “ganho neurológico” e está melhorando. Os médicos avaliam a possibilidade de iniciar a nutrição artificial, embora continue muito grave e as equipes estejam em alerta.

“Estamos em um período no qual a partir da evolução podem surgir complicações, inclusive em determinadas lesões que na avaliação inicial podem ter passado despercebidas e que podem aparecer à medida que outros ferimentos vão melhorando”, explicou Martínez.

Para os especialistas, porém, o estado crítico das pacientes não significa um retrocesso.

“Os fatos de se manterem vivas após 72 horas acidente representa um grande passo no complicado processo, no qual as decisões terapêuticas tomadas foram modulando as consequências que podem ser produzidas, mas não devemos esquecer que os problemas apresentados são de alta complexidade”, enfatizou.

É grande a comoção dos cubanos, que acompanham com atenção a evolução das sobreviventes, o único sinal de esperança em uma das piores tragédias na história da aviação civil do país. O Boeing 737, da companhia mexicana Global Air, foi alugado pela Cubana de Aviación e fazia a rota Havana-Holguín, com 113 pessoas a bordo. Ao todo, 110 pessoas faleceram: 99 cubanas, seis tripulantes mexicanos, dois turistas argentinos, uma visitante mexicana, e dois saarianos que moravam na ilha.

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