Soldados da Coreia do Norte cruzam fronteira com Coreia do Sul e são contidos com tiros

Operação acontece em um momento em que o líder russo, Vladimir Putin, visita Pyongyang em meio as tensões entre as Coreias e preocupação do Ocidente

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2024 16h41
Handout / South Korean Defence Ministry / AFP coreia do norte e coreia do sul ^Soldados norte-coreanos trabalhando em um local não revelado perto da fronteira fortemente fortificada, vista de uma área de guarda sul-coreana

Dezenas de soldados da Coreia do Norte cruzaram brevemente a fronteira fortificada com a Coreia do Sul nesta terça-feira (18), mas recuaram rapidamente após disparos de advertência, uma ação que o comando militar de Seul acredita que foi acidental. “Dezenas de soldados norte-coreanos cruzaram a Linha de Demarcação Militar hoje […] e recuaram para o Norte após disparos de advertência”, disse um oficial do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. Este é o segundo incidente similar em menos de duas semanas e aconteceu em um momento de grande tensão entre os dois países. As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra, pois o conflito de 1950-1953 terminou em um armistício, não em um tratado de paz. A fronteira, um dos lugares com maior vigilância do mundo, consiste em uma zona desmilitarizada. O Estado-Maior Conjunto de Seul afirmou acreditar que o incidente desta terça-feira – assim como o anterior, em 9 de junho – foi acidental.

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A incursão aconteceu às 8h30 locais (20h30 de Brasília, segunda-feira), poucas horas antes da chegada à Coreia do Norte do presidente russo, Vladimir Putin, para uma visita de Estado “amistosa” a um aliado crucial. O Estado-Maior Conjunto afirmou que entre 20 e 30 soldados norte-coreanos que carregavam ferramentas de trabalho entraram no território do Sul por alguns minutos e explicou que o incidente foi motivado pela explosão de minas.  A Coreia do Norte estava construindo um campo minado perto da fronteira, mas acabou “sofrendo várias baixas em incidentes repetidos de explosão de minas terrestres durante o trabalho”, disse um comandante militar em Seul. Os norte-coreanos estavam trabalhando na criação de “terreno árido” e colocando minas ao longo da fronteira, disse um oficial do Estado-Maior Conjunto, mas acabaram “sofrendo várias baixas em incidentes repetidos de explosão de minas terrestres durante o trabalho”. Ainda assim, o Exército da Coreia do Norte “parece estar avançando imprudentemente com as operações”, disse o oficial.

Coreia do Sul e do Norte são separados por uma zona desmilitarizada (DMZ) de quatro quilômetros, dois de cada lado, e a linha de demarcação fica no meio. Os dois lados da fronteira têm barreiras fortificadas e áreas repletas de minas. Durante um período de distensão em 2018, os dois lados retiraram minas da linha de fronteira como um gesto para reduzir as tensões. Nas últimas semanas, as relações ficaram ainda mais tensas depois que a Coreia do Norte lançou centenas de balões com lixo, como cigarros, papel higiênico e até fezes, na direção do vizinho do sul. Pyongyang começou a lançar os balões em resposta aos panfletos lançados por ativistas sul-coreanos com propaganda contra o líder norte-coreano, que também incluíram dispositivos com músicas de K-pop e séries de televisão. O governo sul-coreano suspendeu nas últimas semanas um acordo militar assinado em 2018 com Pyongyang para reduzir as tensões e retomou o uso de alto-falantes com propaganda na fronteira.

Publicado por Sarah Américo

*Com informações da AFP

 

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