Tiroteios nos EUA deixam ao menos oito mortos horas antes das celebrações do Dia da Independência
Presidente Joe Biden ressaltou a necessidade de proibir as armas de assalto; pesquisas mostram que dia 4 de julho é um dos mais violentos do ano no país
Ao menos oito pessoas morreram em tiroteio nos estados de Texas e Pensilvânia na segunda-feira, 3, horas antes de começar a comemorações do Dia da Independência dos Estados Unidos, celebrado nesta terça-feira, 4. Este dia, segundo estatísticas, costuma ser um dos mais violentos do ano. A polícia da cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, informou que um homem foi preso ontem à noite após atirar indiscriminadamente contra várias pessoas no bairro de Kingsessing, no sudoeste da cidade. Cinco pessoas morreram neste incidente e mais duas, duas crianças, de 2 e 13 anos, ficaram feridas. O homem usava colete à prova de balas e portava vários carregadores, um fuzil AR 15 e uma pistola. Em outro episódio de violência registrado na cidade de Fort Worth, no estado do Texas, ao menos três pessoas morreram e oito ficaram feridas (incluindo uma menor de idade) após um tiroteio em um estacionamento, informou o Departamento de Polícia da cidade. Até o momento ninguém foi preso e a motivação dos disparos é desconhecida.
Esses dois fatos foram os mais mortíferos das últimas horas, em que, de acordo com o “Gun Violence Archive” (GVA), projeto sem fins lucrativos que rastreia a violência armada nos EUA, pelo menos 39 pessoas morreram em eventos violentos, com dezenas de feridos. De acordo com o GVA, foram registrados até agora este ano 346 tiroteios em massa. A organização define um tiroteio em massa como aquele que termina com quatro vítimas, mortas ou feridas, não incluindo o autor do ataque, se ele morreu ou ficou ferido durante o fato. De acordo com a pesquisa do professor James Alan Fox, da Northeastern University, em Boston, usando números do GVA, o país registra cinco tiroteios em massa a cada Dia da Independência, em média, na última década, mais do que qualquer outro dia do ano. No ano passado, por exemplo, um homem armado com um rifle semiautomático abriu fogo em um desfile de 4 de julho em Highland Park, Illinois, matando sete pessoas e ferindo quase 50. Este ano, o município vai realizar uma cerimônia de memória e uma marcha, sem carros alegóricos nem artistas, pelo percurso que normalmente percorre o desfile.
Em comunicado, o presidente Joe Biden mencionou o incidente de segunda-feira e ressaltou a necessidade de proibir as armas de assalto, como ocorreu após o tiroteio no estado de Illinois. “Insto outros estados a seguirem o exemplo de Illinois e sigo insistindo aos legisladores republicanos no Congresso para que se sentem à mesa para fazer as reformas significativas e bom senso que o povo americano apoia”, afirmou. Biden pediu leis que proíbam as armas de assalto e os carregadores de alta capacidade, normas que obriguem o armazenamento seguro das armas, que acabe a isenção de responsabilidade dos fabricantes de armas e sejam realizadas verificações universais de antecedentes. O mandatário também mencionou um dos incidentes que comoveu o país nas últimas horas, o tiroteio registrado em Baltimore no último domingo, durante uma festa, que acabou com dois mortos e 28 feridos. A Polícia de Baltimore continua em busca dos responsáveis e oferece uma recompensa de US$ 28 mil (R$ 135.391 na cotação atual) por informação que leve a alguma prisão.
*Com informações da EFE
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