Trens voltam a circular em um dos corredores afetados por atos de sabotagem na França

Ministério Público de Paris está centralizando a investigação que foi aberta sobre quatro crimes e que está sendo gerida, para além dos órgãos habituais de aplicação da lei, pelos serviços secretos

  • Por Jovem Pan
  • 26/07/2024 13h02
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Ritchie B. Tongo/EFE A França sofreu esta sexta-feira um ataque organizado contra a rede ferroviária de alta velocidade em torno de Paris, que criou graves problemas de trânsito e acontece no dia da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Na imagem, usuários esperam resignados na estação Gare du Nord, em Paris Usuários esperam resignados na estação Gare du Nord, em Paris, nesta sexta-feira (26), após um ataque contra a rede ferroviária

Os trens de alta velocidade (TGV) da França voltaram a circular no eixo Atlântico, um dos três afetados por uma operação de sabotagem que causou nesta sexta-feira (26) a paralisação total desse corredor que conecta Paris com outras cidades francesas e também com o Reino Unido e a Espanha. A Sociedade Nacional das Ferrovias Francesas (SNCF) afirmou em comunicado que um terço dos trens inicialmente previstos entrará em serviço, e que o tempo de viagem será prolongado em uma hora e meia ou duas horas. A razão é que terão que utilizar a linha convencional, já que a linha do TGV foi desativada devido ao ataque a uma instalação de sinalização, que foi incendiada.

Quanto aos outros eixos vítimas de sabotagem, a SNCF informou que o do Norte (que liga a capital francesa, por exemplo, com Londres, Bruxelas, Holanda e o norte da Alemanha) teve de cancelar algumas viagens e atrasar todas as outras. Por sua vez, a operadora Eurostar cancelou uma em cada quatro das viagens de trem programadas a partir desta sexta-feira e até o próximo domingo, e espera que a normalidade só regresse na manhã de segunda-feira, segundo informou a empresa em comunicado.

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A SNCF, que estima que 250 mil pessoas tenham sido afetadas até agora, vai continuar com as reparações, alertando que as perturbações continuarão durante o final de semana, razão pela qual o número de pessoas afetadas poderá chegar a 800 mil. Na origem de tudo estão os ataques ocorridos na madrugada desta sexta-feira, com o incêndio de instalações de sinalização em três corredores de alta velocidade.

Houve também uma tentativa em um quarto corredor do TGV, o Sudeste, que vai de Paris a Lyon, Marselha e Barcelona. No entanto, nesse caso a sabotagem foi abortada porque alguns funcionários da SNCF surpreenderam um grupo de indivíduos que fugiram em uma caminhonete quando tentavam queimar alguns equipamentos. O Ministério Público de Paris está centralizando a investigação que foi aberta sobre quatro crimes e que está sendo gerida, para além dos órgãos habituais de aplicação da lei, pelos serviços secretos.

Em declarações à imprensa na célula de crise que foi instalada no Ministério dos Transportes, o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, se mostrou prudente e não quis especular sobre a hipótese que circula de que os atos poderiam ser obra de um grupo de extrema-esquerda. Por outro lado, destacou que “o que está claro é que esta operação foi preparada, coordenada, que foram atacados pontos nevrálgicos, o que mostra uma forma de conhecimento da rede para atacá-la”.

Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações da EFE

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