Tribunal de Israel ordena fim da greve geral por considerá-la ‘política’

Simultaneamente à greve, protestos a favor de um acordo de trégua estão ocorrendo em todo o país, com centenas de israelenses bloqueando estradas em Tel Aviv e Herzliya, entre outras cidades

  • Por Jovem Pan
  • 02/09/2024 10h25
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EFE/EPA/ATEF SAFADI Tel Aviv (Israel), 02/09/2024.- Manifestantes israelenses acendem bombas de fumaça enquanto bloqueiam uma estrada durante um protesto de famílias de reféns israelenses em Tel Aviv, pedindo a libertação imediata dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas em Gaza, próximo ao Kirya em Tel Aviv, Israel, 02 de setembro de 2024. O maior sindicato de Israel, Histadrut, convocou uma greve geral nacional para começar em 02 de setembro, instando o primeiro-ministro israelense a chegar a um acordo para proteger os reféns restantes mantidos pelo Hamas após o ataque de 07 de outubro. Milhares de israelenses protestaram em Israel em 01 de setembro após a recuperação dos corpos de seis reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. De acordo com uma declaração do Gabinete de Imprensa do Governo Israelense, 97 reféns israelenses permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza, com 33 mortos confirmados. (Protestas) Histadrut convocou a greve geral no domingo (1), para pressionar o governo a fazer um acordo com os reféns, depois que o Exército recuperou no sul da Faixa de Gaza os corpos de seis prisioneiros

Um tribunal trabalhista de Israel ordenou nesta segunda-feira (2) o fim da greve geral convocada pela maior organização de sindicatos de Israel, a Histadrut, que busca pressionar o governo a fazer um acordo de reféns, e deu razão ao Ministério Público de que se trata de uma greve política e não causada por uma “disputa trabalhista coletiva”. A corte em Tel Aviv ordenou o fim da greve às 14h30 locais (8h30 em Brasília), após meio dia de uma greve nacional à qual se juntaram bancos, algumas universidades e os serviços postais e de transporte, entre outros setores. “É importante enfatizar que a greve de solidariedade foi uma medida importante e eu a apoio”, disse Arnon Bar-David, presidente do maior sindicato do país, ao canal “Keshet 12”.

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Inicialmente, a greve estava programada para terminar às 18h, antes da decisão judicial. “Vivemos em um Estado governado pelo Estado de Direito e respeitamos a decisão do tribunal. Portanto, estou instruindo todos a voltarem ao trabalho às 14h30”, declarou Bar-David. Histadrut representa cerca de 800.000 trabalhadores em Israel, embora a greve tenha tido um número limitado de seguidores e as ruas de cidades como Jerusalém estivessem razoavelmente normais, com apenas algumas lojas e bancos fechados, bem como empresas de tecnologia.

Simultaneamente à greve, protestos a favor de um acordo de trégua estão ocorrendo em todo o país, com centenas de israelenses bloqueando estradas em Tel Aviv e Herzliya, entre outras cidades. Na noite passada, mais de 300.000 israelenses protestaram contra o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, sendo reprimidos com caminhões de água e policiais a cavalo.

Histadrut convocou a greve geral no domingo (1), para pressionar o governo a fazer um acordo com os reféns, depois que o Exército recuperou no sul da Faixa de Gaza os corpos de seis prisioneiros que, segundo argumentou, foram mortos pelo Hamas pouco antes de serem encontrados pelos soldados. “O tribunal aceitou nossa posição e determinou que a greve do Histadrut foi política e ilegal”, disse ao X o ministro das Finanças, o ultradireitista Bezalel Smotrich, que no domingo se referiu a qualquer cessar-fogo com o Hamas como um “acordo de rendição”.

*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte

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