Tropas israelenses se retiram de Jenin, na Cisjordânia, após 10 dias de incursão

Cerca de 14 mil pessoas vivem no campo de refugiados de Jenin, sendo eles descendentes de palestinos deslocados após a criação de Israel em 1948

  • Por Jovem Pan
  • 06/09/2024 08h29
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EFE/EPA/ALAA BADARNEH Um palestino olha através das cortinas de uma janela após uma operação militar israelense de nove dias, no campo de refugiados de Jenin, perto da cidade de Jenin, na Cisjordânia, em 06 de setembro de 2024. Pelo menos 39 palestinos, incluindo oito crianças e dois idosos, foram mortos e cerca de 150 outros ficaram feridos desde o início das operações militares israelenses na Cisjordânia em 28 de agosto de 2024, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Os militares israelenses declararam em 06 de setembro que as forças israelenses conduziram A incursão em Jenin tornou-se uma das mais longas da história do Exército israelense, depois de durar dez dias consecutivos

As tropas israelenses se retiraram nesta sexta-feira (6) da cidade e do campo de refugiados de Jenin, ao norte da Cisjordânia ocupada, após dez dias de incursão em que mataram pelo menos 19 pessoas e feriram dezenas, segundo informou a agência de notícias oficial palestina “Wafa”. O Exército israelense, por sua vez, limitou-se a confirmar hoje em um breve comunicado que nestes últimos dias da incursão em Jenin “eliminaram 14 terroristas e detiveram mais de 30 suspeitos”. “Vários locais de infraestrutura terrorista foram desmantelados, incluindo uma instalação subterrânea de armazenamento de armas localizada sob uma mesquita”, detalhou o texto.

“As forças de segurança israelenses continuam atuando para atingir os objetivos da operação antiterrorista”, acrescentou o comunicado. Em 28 de agosto, o Exército iniciou uma ação “antiterrorista” batizada por Israel como “Operação Acampamentos de Verão” em Jenin e também no norte de Tulkarem e Tubas, todos redutos históricos das milícias palestinas. As forças israelenses atacaram estas três cidades simultaneamente com tropas, tanques, escavadeiras e até drones explosivos “com o objetivo de desmantelar as redes terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica“.

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No total, 36 palestinos morreram em ataques aéreos e combates corpo a corpo entre soldados e milicianos, incluindo oito crianças e dois idosos, segundo dados do Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestina, que governa partes cada vez menores da Cisjordânia ocupada. A operação israelense também deixou cerca de 150 feridos e numerosas ruas, casas, lojas e infraestruturas elétricas foram destruídas, enquanto agora os habitantes têm medo do regresso das tropas, segundo relataram hoje à “Wafa”.

A incursão em Jenin tornou-se uma das mais longas da história do Exército israelense, depois de durar dez dias consecutivos. Mais de 70% das ruas foram devastadas após a passagem dos veículos blindados israelenses, segundo a prefeitura local. Jornalistas e fotógrafos também relataram ataques perpetrados por tropas israelenses enquanto cobriam a incursão. Um deles, o fotógrafo Muhamad Mansour, da “Wafa”, foi ferido por um tiro na última terça-feira (3), depois que o Exército israelense abriu fogo contra o veículo em que se encontrava, no oeste de Jenin.

Esta cidade é um bastião histórico da resistência armada palestina no norte da Cisjordânia ocupada. Cerca de 14 mil pessoas vivem no seu campo de refugiados, descendentes de palestinos deslocados após a criação de Israel em 1948, e a maioria são jovens desempregados. Nos últimos anos, uma nova geração de palestinos juntou-se como milicianos à Brigada Jenin, uma amálgama pouco sofisticada e altamente coordenada que inclui membros do Hamas, da Jihad Islâmica Palestina e dos Mártires de Al Aqsa de Fatah. Em toda a Cisjordânia, desde 7 de outubro, quando começou a guerra em Gaza e uma maior repressão no restante dos territórios ocupados, mais de 650 palestinos foram mortos por fogo israelense, incluindo 150 menores.

*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte

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