Uruguai decreta emergência agropecuária no leste por excesso hídrico

Ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca, Fernando Mattos, disse que o decreto abrange 1.200.000 hectares nos departamentos de Rocha e Treinta y Tres, no leste do país

  • 22/05/2024 23h23
Pablo PORCIUNCULA / AFP lacalle pou Luis Alberto Lacalle Pou, presidente do Uruguai

O governo do Uruguai decretou emergência agropecuária por excesso hídrico em dois departamentos localizados na fronteira com o Brasil, enquanto mais de 2.800 pessoas permaneciam deslocadas devido às cheias causadas pelas tempestades dos últimos dois meses, informaram as autoridades nesta quarta-feira (22). O ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca, Fernando Mattos, disse que o decreto abrange 1.200.000 hectares nos departamentos de Rocha e Treinta y Tres, no leste do país. “Isto se deve ao volume importante de precipitações que tivemos nas últimas semanas”, assinalou o ministro a jornalistas. As inundações ocasionaram “uma quebra de produtividade” nos cultivos de arroz e soja, comprometeram os pastos e obrigaram a transferir o gado para áreas mais altas, acrescentou.

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A emergência agropecuária, que vai vigorar por 120 dias, permitirá o uso de recursos nacionais para ajudar os produtores. O Sistema Nacional de Emergência (Sinae) reportou nesta quarta-feira 2.861 deslocados em todo o território nacional, dos quais 412 foram levados para abrigos e 2.449 se refugiaram na casa de parentes ou amigos. “A situação geral se mantém estável, o nível dos cursos de água continua caindo e diminuiu levemente o número de pessoas deslocadas”, ressaltou o Sinae. O governo uruguaio declarou emergência agropecuária por excesso de água poucos meses depois do encerramento de outra, mas por déficit hídrico.

Mattos destacou que as áreas atualmente inundadas há cinco meses estavam afetadas pela seca, e advertiu que o Uruguai pode sofrer a devastação que atualmente atinge o outro lado da fronteira, o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, após chuvas persistentes. “Está claro que não estamos preparados para isso”, disse o ministro uruguaio, que acrescentou: “A causa da mudança climática é a ação humana, e a ação humana especialmente nos países desenvolvidos, que se comprometeram, a partir do Acordo de Paris, a destinar recursos aos países em desenvolvimento, que estão cada vez mais vulneráveis à variabilidade climática.”

Mattos disse que espera a redução do nível das águas para fazer uma avaliação final de danos. Entre 2020 e 2023, o Uruguai sofreu uma seca intensa, que levou à declaração de quatro emergências agropecuárias, a última vigente para todo o território nacional de outubro de 2022 a dezembro de 2023. Segundo estimativas oficiais, os danos e prejuízos diretos ao setor agropecuário pelo déficit hídrico chegaram a 1,9 bilhão de dólares (9,8 bilhões de reais).

*Com informações da AFP

 

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