Uruguai enviará sobra de vacinas contra Covid-19 a cidades fronteiriças do Brasil

O ministro uruguaio justificou a decisão dizendo que o país está ameaçado pela situação epidemiológica brasileira; províncias fronteiriças estão zona vermelha para o risco da pandemia

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2021 17h22
EFE/Ministerio de Salud Pública de Uruguay O ministro da Saúde do Uruguai, Daniel Salinas, recebeu a vacina contra a Covid-19 nesta segunda-feira, 8 O ministro da Saúde do Uruguai, Daniel Salinas, recebeu a vacina contra a Covid-19 nesta segunda-feira, 8

O Ministério da Saúde Pública do Uruguai anunciou nesta terça-feira, 9, que as sobras das vacinas contra a Covid-19 serão enviadas para as cidades brasileiras que ficam na fronteira entre os dois países. O Uruguai recebeu, no dia 25 de janeiro, 192 mil unidades da CoronaVac e deve encerrar a primeira fase da sua campanha de imunização nos próximos dias. As doses que eventualmente não forem utilizadas serão enviadas para “blindar e selar” a fronteira seca com o Brasil. Atualmente, cerca de 110 mil uruguaios já receberam a injeção do total de 165 mil que têm a vacinação programada. No entanto, ainda não é possível afirmar que as 27 mil doses restantes serão destinadas às cidades brasileiras fronteiriças porque mais uruguaios ainda podem marcar a sua vacinação.

O ministro da Saúde, Daniel Salinas, justificou a decisão afirmando que o Uruguai está “ameaçado” pela situação epidemiológica do Brasil. Das cinco províncias uruguaias na fronteira com o Brasil, o mais afetado é Rivera, onde existem 650 casos ativos de Covid-19. De acordo com dados do Grupo Uruguaio Interdisciplinar de Análise de Dados da Covid-19, nos últimos sete dias houve uma média de 62,63 casos a cada 100 mil pessoas em Rivera, motivo pelo qual o departamento se encontra na zona vermelha de risco da pandemia segundo o índice da Universidade de Harvard. Cerro Largo e Artigas registram 41,62 e 29,69, respectivamente, e também estão marcados com a cor vermelha. Já Rocha e Treinta y Tres, com média de 13,31 e 14,14, estão na zona laranja.

Até agora, o Uruguai vacinou policiais, militares, bombeiros, professores e trabalhadores do Instituto da Criança e do Adolescente (INAU) com menos de 60 anos, além de pessoas com idades entre 55 e 59 anos e pacientes de diálise crônica ou em lista de espera por transplantes. Na quarta-feira, 10, o país receberá as primeiras doses da vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer, que serão utilizadas inicialmente para a vacinação de profissionais da saúde. Apesar de ter comprado doses em abundância para imunizar toda a sua população, o que gerou um gasto de US$ 120 milhões, o Uruguai tem tido baixo interesse da população em receber a vacina: a inscrição dos uruguaios para receber a Coronavac foi bem menor do que o esperado.

*Com informações da EFE

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