Vacinados contra a gripe tiveram menos chances de testar positivo para a Covid-19, diz estudo feito nos EUA

Resultados podem estar relacionados a um cuidado maior dos imunizados em relação à pandemia ou a um processo chamado de ‘imunidade treinada’, em que o corpo responde a outros tipos de invasores

  • Por Jovem Pan
  • 14/04/2021 13h37
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JOAO GABRIEL ALVES ENQUADRAR ESTADÃO CONTEÚDO A Secretaria Municipal de Saúde deu início na manhã desta quarta-feira, 14, a aplicação da vacina contra a gripe em trabalhadores da área da saúde, no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, na zona norte do Rio de Janeiro. A campanha brasileira de vacinação contra a gripe começou nesta segunda-feira, 12

A vacina contra a gripe, que atua contra infecções respiratórias causadas pelo vírus influenza, não possui eficácia comprovada contra a Covid-19. No entanto, um estudo recente realizado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, sugere que o imunizante também pode conferir um pequeno nível de proteção contra o novo coronavírus. A pesquisa, que teve os dados validados e foi publicada pela revista científica American Journal of Infection Control, aponta que as pessoas que receberam a vacina contra a gripe apresentaram um risco 24% menor de se contaminarem com o novo coronavírus. Para chegar a essa conclusão, médicos especialistas examinaram os dados de 27.201 pacientes do estado de Michigan que haviam feito um teste para diagnóstico da Covid-19 em julho de 2020. Os resultados mostraram que aqueles que tinham recebido a vacina contra a gripe tinham uma probabilidade menor de receber um resultado positivo em comparação com as que não foram vacinadas. Além disso, os pacientes com proteção contra a gripe foram menos propensos a precisar de tratamento hospitalar ao contraírem a Covid-19 ou então precisaram ficar menos tempo internados.

No entanto, ainda não é possível confirmar uma relação direta entre a vacina da gripe e a redução de casos de Covid-19. É possível que os pacientes que receberam a proteção contra o vírus influenza tenham tido menos chances de contrair o novo coronavírus simplesmente porque estavam tomando mais cuidados em relação à pandemia, como a prática do distanciamento social. Por outro lado, os resultados da pesquisa também podem estar relacionados com um processo conhecido como “imunidade treinada”, em que a exposição a uma ameaça treina o sistema imunológico para responder a outros tipos de invasores. Isso já foi comprovado no passado através da vacinação contra o sarampo, que deixa as crianças com uma imunidade mais alta contra uma variedade de patógenos.

Brasil

A campanha nacional de vacinação contra a gripe começou nesta segunda-feira, 12, e tanto governo quanto especialistas reforçam que a imunização é fundamental para reduzir a pressão sobre o sistema de saúde, que está no limite com a pandemia. De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina previne o surgimento de complicações decorrentes da influenza e, por consequência, a sobrecarga nos postos e hospitais. A pasta ressalta ainda que a imunização reduz os sintomas que podem ser confundidos com os da Covid-19. A expectativa é vacinar 79,7 milhões de brasileiros contra a gripe, entre eles crianças menores de seis anos, gestantes, indígenas, idosos, trabalhadores da saúde e do sistema prisional, professores e pessoas com deficiência. Como a campanha coincide com a imunização contra o novo coronavírus, a recomendação é aguardar um intervalo de duas semanas entre uma injeção e outra e priorizar a vacina contra a Covid-19.

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