Venezuela emite mais de 4 mil carteiras de identidade perto de área de disputa com Guiana
Fornecimento de documentos para as pessoas que vivem na área disputada é uma das ações proposta depois que a maioria aprovou a anexação do território em um referendo unilateral em 3 de dezembro
O Serviço de Identificação, Migração e Estrangeiros da Venezuela (Saime) emitiu 4.015 carteiras de identidade desde 10 de dezembro na cidade de Tumeremo, perto de Essequibo, o território de quase 160 mil quilômetros quadrados que o país disputa com a vizinha Guiana, informou o governo venezuelano neste sábado, 23. Em comunicado, o Ministério do Interior e da Justiça disse que “um total de 4.015 documentos de identidade” foi emitido “durante o dia especial” com o qual o governo do país quer oferecer a nacionalidade venezuelana àqueles que vivem na área disputada, controlada pela Guiana há mais de 100 anos. A jornada, ordenada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, “atendeu mais de 30 setores do município de Sifontes”, na fronteira com Essequibo, “assim como seis unidades educacionais, o que beneficiou as comunidades indígenas da região”, diz o documento. O Saime planeja retomar esse trabalho no dia 8 de janeiro “para continuar com a renovação do documento, bem como a primeira documentação” nessa cidade do estado amazônico de Bolívar, que também faz fronteira com o Brasil.
Por meio do Instagram, a instituição compartilhou várias fotos e vídeos que mostram a entrega de carteiras de identidade na cidade, onde, provisoriamente, serão estabelecidos os órgãos de poder criados unilateralmente por Maduro, em sua tentativa de anexar a área à Venezuela. O fornecimento de documentos de identidade para as pessoas que vivem na área disputada é uma das ações propostas pela Venezuela, depois que a maioria aprovou a anexação do território em um referendo unilateral em 3 de dezembro, o que provocou tensão diplomática na região. No entanto, em 14 de dezembro, Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, concordaram, após uma reunião em São Vicente e Granadinas, que seus países não se ameacem e evitem incidentes. A disputa permanece no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, instituição que a Venezuela rejeita.
*Com informações da EFE
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