Venezuela emite mais de 4 mil carteiras de identidade perto de área de disputa com Guiana

Fornecimento de documentos para as pessoas que vivem na área disputada é uma das ações proposta depois que a maioria aprovou a anexação do território em um referendo unilateral em 3 de dezembro

  • Por Jovem Pan
  • 24/12/2023 08h13
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ZURIMAR CAMPOS / VENEZUELAN PRESIDENCY / AFP mapa venezuela Nicolás Maduro, falando ao lado do presidente da Assembleia Nacional Bolivariana, Jorge Rodriguez (fora do quadro), durante uma reunião da Assembleia do Conselho Federal de Governo no Palácio Presidencial de Miraflores, em Caracas

O Serviço de Identificação, Migração e Estrangeiros da Venezuela (Saime) emitiu 4.015 carteiras de identidade desde 10 de dezembro na cidade de Tumeremo, perto de Essequibo, o território de quase 160 mil quilômetros quadrados que o país disputa com a vizinha Guiana, informou o governo venezuelano neste sábado, 23. Em comunicado, o Ministério do Interior e da Justiça disse que “um total de 4.015 documentos de identidade” foi emitido “durante o dia especial” com o qual o governo do país quer oferecer a nacionalidade venezuelana àqueles que vivem na área disputada, controlada pela Guiana há mais de 100 anos. A jornada, ordenada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, “atendeu mais de 30 setores do município de Sifontes”, na fronteira com Essequibo, “assim como seis unidades educacionais, o que beneficiou as comunidades indígenas da região”, diz o documento. O Saime planeja retomar esse trabalho no dia 8 de janeiro “para continuar com a renovação do documento, bem como a primeira documentação” nessa cidade do estado amazônico de Bolívar, que também faz fronteira com o Brasil.

Por meio do Instagram, a instituição compartilhou várias fotos e vídeos que mostram a entrega de carteiras de identidade na cidade, onde, provisoriamente, serão estabelecidos os órgãos de poder criados unilateralmente por Maduro, em sua tentativa de anexar a área à Venezuela. O fornecimento de documentos de identidade para as pessoas que vivem na área disputada é uma das ações propostas pela Venezuela, depois que a maioria aprovou a anexação do território em um referendo unilateral em 3 de dezembro, o que provocou tensão diplomática na região. No entanto, em 14 de dezembro, Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, concordaram, após uma reunião em São Vicente e Granadinas, que seus países não se ameacem e evitem incidentes. A disputa permanece no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, instituição que a Venezuela rejeita.

*Com informações da EFE

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