Venezuela já contabiliza 21 mortos por falta de energia elétrica em hospitais; cinco bebês estão entre vítimas

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2019 15h11
EFE Capital do país, Caracas está parcialmente no escuro

O apagão elétrico que atinge a Venezuela deste a última quinta-feira (7) já deixou 21 mortos. Essas pessoas estavam internadas em hospitais afetados pelo blecaute, de acordo com a organização Médicos pela Saúde, que monitora 40 unidades do país.

O porta-voz da entidade, Julio Castro, divulgou a informação em uma rede social. Os dados contabilizam os óbitos registrados até às 21 horas de domingo (10) pelo horário local (22 horas em Brasília). Aliados do ditador Nicolás Maduro nega.

Apenas no Hospital Manuel Núñez Trovas de Maturín, no estado de Monadas (leste do país), a organização não governamental contabilizou 15 mortos devido a falhas no fornecimento de energia. Em Caracas, a capital, quatro recém-nascidos não resistiram.

Em Maracaibo, no estado de Zulia, um bebê também morreu em decorrência da falta de luz. Em Maracay, no estado de Aragua, região central da Venezuela, a vítima foi um adulto. A Médicos pela Saúde acompanha os 40 hospitais mais importantes do país.

Mortes na crise

Desde 2014, a entidade realiza a chamada Pesquisa Nacional de Hospitais para registrar as condições das maiores unidades médicas venezuelanas. Segundo o último levantamento, realizado entre 19 de novembro do ano passado e 9 de fevereiro deste ano, 1.557 pessoas morreram no país por falta de materiais médicos e 79 por apagões.

“Nós conhecemos os hospitais. Quando divulgamos esses relatórios é porque nossos médicos e enfermeiras tiveram contato com a história, com as certidões de óbito e sabem o que ocorreu. Pode haver mais [mortos] nos hospitais. É possível”, disse Castro.

Blecaute

O blecaute que começou na quinta mantém Caracas parcialmente sem luz. Outras regiões estão totalmente no escuro. Segundo o governo ditatorial de Nicolás Maduro, o problema ocorreu devido a uma “sabotagem” na hidrelétrica de Guri, a principal do país. O chavismo, no entanto, não deu detalhes sobre como isso ocorreu.

Os governistas afirmam que estão tentando resolver a falha e garantem que o abastecimento está sendo restabelecido lentamente. A Assembleia Nacional da Venezuela, controlado pela oposição, vai discutir decreto para declarar estado de emergência no país. As decisões do parlamento, no entanto, não estão sendo cumpridas por Maduro desde que o Supremo Tribunal de Justiça declarou o órgão como “sem funções”.

*Com informações da EFE

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