Zelensky e EUA duvidam das ameças de Putin e classificam mobilização como ‘sinal de fraqueza’

Líder russo convocou 300 mil reservistas para a guerra na Ucrânia após sofrer suas primeiras derrotas significativas

  • Por Jovem Pan
  • 21/09/2022 11h22 - Atualizado em 21/09/2022 11h24
STR / Ukrainian presidential press-service / AFP zelensky ONU Zelensky afirma que Rússia quer afogar a Ucrânia em sangue, incluindo o de seus próprios soldados

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não acredita que Vladimir Putin vai utilizar armas nucleares no conflito no Leste Europeu que já chega ao seu sétimo mês. “Não acho que essas armas serão usadas. Não acho que o mundo deixará isso acontecer”, afirmou o chefe de Estado ucraniano em entrevista ao canal alemão Bild TV, nesta quarta-feira,21. “Amanhã, Putin poderá dizer: ‘queremos uma parte da Polônia além da Ucrânia, se não, usaremos armas nucleares'”, continuou o presidente ucraniano. “Não podemos aceitar esse tipo de compromisso”, acrescentou. A declaração vem momentos depois que o líder russo assinou uma ordem de mobilização parcial para cidadãos reservistas irem combater na guerra contra a Ucrânia e alertou que, se o Ocidente continuasse sua “ameaça nuclear”, a Rússia responderia com toda a sua força militar e todos os seus meios. Para Zelensky, “Putin quer afogar a Ucrânia em sangue, incluindo o de seus próprios soldados”. Mesmo diante das ameças, Zelensky garantiu que seu país continuará as ofensivas. “A Ucrânia continuará a ofensiva e certamente libertará territórios”, declarou. Durante sua fala, o presidente ucraniano também chamou de “simulação” os referendos de anexação marcados para sexta-feira pela Rússia nos territórios ocupados. “90% dos Estados não os reconhecerão”, acrescentou.

O novo movimento da Rússia também é visto pelos ucranianos como um passo previsível que se mostrará extremamente impopular, afirmou o assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, que também Putin estava tentando transferir a culpa pelo início de uma “guerra não provocada” e pelo agravamento da situação econômica da Rússia para o Ocidente. Os Estados Unidos também se pronunciaram sobre as novas movimentações. Para eles, a convocação de 300 mil reservistas, se trata de um sinal de fraqueza e fracasso. “Os falsos referendos e a mobilização são sinais da fraqueza e do fracasso da Rússia. Os Estados Unidos nunca reconhecerão as alegações da Rússia de supostamente anexar território ucraniano, e continuaremos a apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário”, escreveu a embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink. As novas ações de Putin vem em resposta a atual fase do conflito, em que os ucranianos passam pro sua melhor fase e tem reconquistado territórios que estavam sob o controle dos russos desde que a guerra começou em fevereiro.

*Com informações da AFP, Reuters e EFE

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