Na Venezuela, Requião questiona agressão denunciada por grupo de Aécio

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2015 19h23

Caracas, 25 jun (EFE).- As denúncias de agressão feitas durante a primeira missão do Senado na Venezuela, liderada pelo senador e ex-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB), foram questionadas nesta quinta-feira pelo senador Roberto Requião (PMDB), membro de uma comitiva de parlamentares da base aliada que foi a Caracas após o incidente.

“A agressão da qual falaram não pôde ser comprovada em vídeos nem fotos. Não me parece que ela tenha se concretizado da forma como a imprensa noticiou”, declarou Requião aos jornalistas na sede do partido Vontade Popular (VP), liderado pelo opositor venezuelano preso Leopoldo López.

O governo da Venezuela negou ter dificultado a visita da primeira missão de senadores, enquanto membros do grupo político de López pediram à presidente Dilma Rousseff para se pronunciar sobre a suposta “agressão”.

A primeira comitiva de parlamentares brasileiros que esteve na Venezuela há uma semana denunciou que, no caminho para Caracas, várias pessoas, partidários do governo, bloquearam a passagem do ônibus com o qual tentavam visitar López e outros opositores preso.

Frente à impossibilidade de chegar à capital do país, os senadores resolveram voltar ao Brasil. Aécio criticou o governo venezuelano por não oferecer “garantias mínimas de segurança”.

A Venezuela negou as acusações e afirmou que a viagem da comitiva teve como único propósito “desestabilizar a democracia e gerar conflito entre países irmãos”.

O governo federal convocou a embaixadora do país vizinho no Brasil e pediu “esclarecimentos” à ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez.

“A missão de Aécio chegou a Caracas em uma hora ruim”, afirmou Requião, ressaltando que esteve várias vezes na Venezuela e jamais teve algum problema.

Antes da reunião com dirigentes do partido de López, preso acusado de envolvimento em uma onda de protestos antigovernamentais que terminou com 43 mortos em 2014, Requião e os demais senadores se encontraram com familiares das vítimas.

“Em princípio, no Brasil somos contra a prisão de qualquer participante do processo político”, disse Requião.

A segunda missão de senadores irá dialogar também com outros líderes opositores venezuelanos, como o ex-candidato presidencial Henrique Capriles, assim como representantes da Assembleia Nacional e do Ministério Público do país.

“Viemos para conversar com todos, esperando poder colaborar com a democracia e o diálogo com diversos grupos da política da Venezuela. Vimos uma mesma posição dos dois lados: o fim da violência e a punição às agressões, de todos os lados”, completou Requião.

“Não tomamos partido em nossa visita. Pessoalmente temos posições políticas, mas aqui estamos representando o Senado. Não viemos fazer um espetáculo político para influenciar nas eleições da Venezuela ou no governo de nosso país. Viemos para escutar e tentar colaborar”, explicou o senador peemedebista. EFE

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