Negociação política na Síria é decisiva para encerrar guerra, avalia ONU

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2016 16h21
EFE Criança brinca durante cessar-fogo na Síria (EFE)

A ONU classificou a negociação política na Síria como decisiva para acabar com a guerra que completa cinco anos, em meio ao drama humano de crianças.

As Nações Unidas deram início nesta segunda-feira (14) a conversas com o governo de Bashar al-Assad e a oposição em uma tentativa de refundar o país. Mas a peça chave continua sendo a Rússia, aliada do ditador que, nos bastidores, vem dificultando o processo. Nesta segunda-feira (14), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou o início da retirada das tropas militares russas a partir desta terça-feira. 

No entanto, Putin disse que a base aérea russa de Hemeimeem, localizada na província costeira de Latakia, na Síria, e uma academia naval no porto sírio de Tartous continuarão a operar. 

O professor de relações internacionais da Faap, Marcus Vinícius de Freitas, avaliou que a ditadura é um entrave para a paz na Síria. “As condições impostas pelo Bashr al-Assad são prejudicias à continuidade do acordo, uma vez que o ministro de Relações Exteriores dele anunciou que a saída de Bash al-Assad do governo não estava em questão. E, permanecendo essa posição, a Rússia necessariamente terá de decidir se ela quer continuar a apoiar o Bashar al-Assad na sua posição ou se ela vai mudar a sua perspectiva com relação a continuidade do regime”, explicou.

Marcus Vinícius de Freitas considerou a troca de regime um ponto fundamental para qualquer negociação.

Um balanço da Unicef indicou que cada vez mais as crianças são usadas como soldados na guerra civil da Síria. Os menores vêm sendo encorajados a participar do conflito com ganhos que chegam a 400 dólares por mês.

O presidente da comissão do direito do refugiado da OAB, Manuel Furriela, ressaltou que o país viola os Direitos Humanos. “Mais um item de descumprimento aos direitos humanos foi acrescentado nos últimos dias, que é essa constatação de que, infelizmente, menores de 18 anos têm sido utilizados em conflitos armados. Eles recebem uma remuneração e lutam junto com adultos. Isso é proibido expressamente pela Convenção Internacional dos Direitos da Criança”, disse.

O especialista lembrou ainda que países têm acordos com a ONU para proibir menores nas forças armadas. As Nações Unidas prometem interpelar diretamente os Estados Unidos e a Rússia, caso a Síria não chegue a um acordo interno sobre o fim da guerra.

*Informações do repórter Thiago Uberreich

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