Negociadores das Farc pedem trégua bilateral após sequestro de general

  • Por Agencia EFE
  • 18/11/2014 16h39

Havana, 18 nov (EFE).- Os negociadores de paz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) admitiram nesta terça-feira que o sequestro do general Ruben Darío Alzate é um “fato extraordinário”, mas ao mesmo tempo “normal” dentro de uma guerra, e pediram uma reflexão sobre a necessidade de um cessar-fogo bilateral para que avance o processo de paz.

“Esta delegação de paz tem a disposição de contribuir para uma pronta e sensata solução para este problema”, afirmou à imprensa em Havana o guerrilheiro “Pablo Catatumbo” (alcunha de Jorge Torres Victoria), após a confirmação das Farc de que mantêm o general Alzate como refém desde domingo passado.

“Catatumbo” destacou que um eventual cessar-fogo bilateral geraria um ambiente “mais tranquilo” para as conversas e “evitaríamos este e outros incidentes que podem acontecer no transcurso de uma guerra”.

“Enquanto continuar o confronto, ocorrerão fatos como este e inclusive mais graves”, advertiu o comandante das Farc.

Segundo a guerrilha, a captura do general Alzate em uma área do departamento de Chocó “não se trata de um sequestro”, mas de “um fato normal” no meio de uma guerra, por tratar-se de um general de alta categoria capturado em zona de conflito “no exercício de seu comando”.

Alzate foi capturado no domingo, junto com outras duas pessoas, em confusas circunstâncias, já que chegou à área vestido de civil, desarmado e sem avisar às autoridades, contra os protocolos de segurança, fato que motivou a decisão do governo colombiano de suspender os diálogos de paz em Havana.

O sequestro e a suspensão das negociações acontecem quando justamente amanhã se completam dois anos do processo de diálogos aberto entre o governo e a guerrilha para tentar pôr fim ao conflito colombiano.

Perguntado sobre o papel da delegação de paz para pedir a libertação destes sequestrados, que é a condição que o governo impõe para retomar o processo de paz, “Catatumbo” ressaltou que isso depende dos dirigentes das Farc na Colômbia, que “têm como mandato a condução da guerra”.

“E nas mãos do presidente (da Colômbia, Juan Manuel) Santos está propor como se vai começar a conversar sobre esta situação”, acrescentou. EFE

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