Jerusalém, 10 mar (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rotulou a comunidade internacional de hipócrita por criticar Israel, ao mesmo tempo em que “engana a si própria” sobre as verdadeiras ambições nucleares do Irã.
Em declarações no porto meridional de Eilat, onde nesta segunda-feira se deslocou para mostrar as armas que Israel assegura ter apreendido esta semana em um navio aprisionado por sua Marinha em águas internacionais, o líder tachou de ingênua a política de aproximação a Teerã empreendida pelas grandes potências.
“A comunidade internacional quer ignorar as continuadas agressões do Irã e o papel que desempenha no massacre da Síria. Querem enganar a si mesmos, (pensando) que o Irã abandonou sua intenção de obter armas nucleares”, declarou.
“Assim como o Irã escondeu estas armas, está escondendo seu programa nuclear. O mundo deve despertar e evitar que consiga armas atômicas”, acrescentou Netanyahu.
O navio, que navegava sob bandeira de conveniência panamenha, foi interceptado na quarta-feira passada quando navegava pelo Mar Vermelho, entre Egito e Arábia Saudita.
Segundo as autoridades israelenses, transportava 40 mísseis de curto alcance (tipo M-302), além de peças de artilharia de 122 mm e numerosa munição procedente do Irã e com destino à Faixa de Gaza, sob estreito assédio do exército israelense desde 2007.
Tanto o regime dos aiatolás como o movimento islamita Hamas, que governa em Gaza, negaram as acusações, que despertaram igualmente suspeitas tanto na imprensa israelense como em alguns círculos diplomáticos.
“Estas armas estavam destinadas a terroristas em Gaza, empenhados em destruir Israel”, insistiu Netanyahu, que no domingo criticou a alta representante de política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, que no mesmo dia visitou o Irã e não fez comentário algum sobre a carga.
“Mas se construímos uma sacada em algum bairro de Jerusalém, o mundo grita; o mundo é hipócrita”, ressaltou o líder em alusão às críticas da comunidade internacional à ampliação israelense das colônias, ilegais segundo o direito internacional. EFE