Nível do rio Paraná desce e ajuda a baixar leito do rio Paraguai

  • Por Agencia EFE
  • 03/07/2014 20h35

Assunção, 3 jul (EFE).- O Rio Paraná continuou a diminuir o nível nesta quinta-feira em sua passagem pela hidrelétrica Yacyretá, compartilhada entre Paraguai e Argentina, e a redução do leito ajudará o rio Paraguai, que continua mais de 7 metros acima em Assunção e cujo transbordamento deixou centenas de milhares de desalojados.

A altura do Paraná registrada hoje na cidade argentina de Ituzaningó, perto da barragem, foi de 2,8 metros, bem mais baixo que os 3,30 de quarta-feira, se afastando assim do limite de alerta, de 3,5 metros, segundo os técnicos de Yacyretá.

“Continua o ritmo de baixa do leite dos afluentes ao reservatório da represa”, explicou a Entidade Binacional, que prevê que o nível do rio Paraná, que começou a diminuir na terça-feira, chegue aos dois metros de altura em três dias.

Segundo Yacyretá, os centros meteorológicos preveem poucas chuvas nas bacias do reservatório nos próximos dias, e as chuvas previstas para o fim de semana terão menor intensidade do que o que se esperava.

“A previsão é que os níveis continuarão descendo conforme ao pulso hidrológico do rio”, segundo o relatório da represa.

De segunda-feira a quinta da semana passada a região próxima a barragem recebeu entre 150 e 250 milímetros de chuva, apesar de junho ser um mês tradicionalmente seco.

A baixa do Paraná ajudará a reduzir o nível do leito do Paraguai, seu afluente, que hoje alcançou os 7,24 metros em sua passagem pela capital, informaram as autoridades, o que deslocou 75.800 pessoas de suas casas, segundo o Município de Assunção.

Até o momento há 231.360 afetados em todo o Paraguai pelas enchentes ocasionadas pelas chuvas dos últimos meses, segundo a Secretaria de Emergência Nacional (SEN).

O Senado paraguaio declarou hoje por unanimidade situação de emergência ambiental no maior aterro sanitário do país, que fica em Assunção, e suas imediações diante do perigo de contaminação pela enchente.

A decisão pretende combater os efeitos ocasionados pela enchente no local, que “colocam em grave risco o meio ambiente e a saúde”, segundo o primeiro artigo da declaração aprovada.

O Legislativo ratificou a medida pelo temor de a água do rio se misturar com o chorume produzido pelo material em decomposição, “onde se acumulam 40 milhões de litros com alto potencial contaminante”.

Isso poderia gerar “uma catástrofe ambiental com consequências internacionais”, alertou na quarta-feira o deputado liberal Pastor Vera Bejarano, presidente da comissão de Ecologia, Recursos Naturais e Meio Ambiente da Câmara baixa, que aprovou uma declaração semelhante à do Senado. EFE

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