Nova presidente do BNDES ganhou fama de “trator” nos negócios

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/05/2016 09h32
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RJ - TEMER/BNDES/MARIA SÍLVIA BASTOS/ARQUIVO - ESPORTES - Foto de arquivo de 20/09/2011 da economista Maria Sílvia Bastos Marques. O nome dela foi confirmado nesta segunda-feira, 16, para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em substituição a Luciano Coutinho. O anúncio foi feito à tarde, em comunicado distribuído pela Presidência da República. Após as críticas que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) sofreu por não ter nomeado mulheres para o ministério, a primeira confirmação de indicação feminina veio para o principal instrumento de crédito do governo ao setor produtivo. (CONFIRA MAIS OPÇÕES DE FOTOS NO BANCO DE IMAGENS.) 20/09/2011 - Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO Fábio Motta/Estadão Conteúdo Maria Silvia Bastos Marques

Primeira mulher a comandar uma das principais siderúrgicas brasileiras, a CSN, a economista Maria Silvia Bastos Marques, de 59 anos, será também a primeira mulher a presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Exigente, focada em resultados e com fama de “trator” no mundo dos negócios, a carreira de Maria Silvia oscilou entre os setores público e privado.

Embora subordinado ao Ministério do Planejamento, o BNDES pode ser considerado órgão de primeiro escalão no governo. Principalmente após a gestão de Luciano Coutinho à frente do banco. Turbinado como uma das principais ferramentas das políticas anticíclicas para diminuir o impacto da crise de 2008 na economia, o BNDES tem hoje R$ 931 bilhões em ativos e desembolsou R$ 136 bilhões para empréstimos ano passado.

A chegada de Maria Silvia à presidência do BNDES sugere uma guinada da instituição de fomento para focar nas concessões ao setor privado na área de infraestrutura. A executiva já foi assessora da Presidência do BNDES, onde trabalhou no programa de privatizações, em 1991 e 1992, durante o governo Fernando Collor

Nos anos 1990, antes de ser o braço direito do empresário Benjamin Steinbruch na reestruturação da CSN, recém-privatizada na época, trabalhou com o embaixador Jório Dauster na renegociação da dívida externa brasileira, também no governo Collor. Logo depois, foi para o BNDES.

Em seguida, esteve à frente da secretaria municipal da Fazenda do Rio, no governo Cesar Maia. Na época, ficou conhecida como “a mulher de 1 bilhão de dólares”, por ter conseguido acumular essa cifra para os cofres da cidade em seus últimos meses no cargo. 

A executiva já ocupou várias cadeiras em conselhos de administração de empresas nacionais e estrangeiras, como Petrobrás, Vale e Anglo American. Maria Silvia também foi presidente da Icatu Seguros, de 2007 a 2010.

Determinada, a executiva aceitou assumir o comando da CSN, em 1996, grávida de gêmeos. Um mês após o nascimento dos filhos, surpreendeu novamente ao abrir mão da licença maternidade para voltar aos negócios.

A última passagem pelo setor público foi na Empresa Olímpica Municipal (EOM), órgão da Prefeitura do Rio responsável por coordenar a construção das instalações olímpicas, que comandou entre 2011 e 2014.

A saída da executiva coincidiu com o momento mais conturbado da relação do Comitê Olímpico Internacional (COI) e com os organizadores dos Jogos do Rio. Dez dias antes do desligamento de Maria Silvia, a Comissão de Coordenação do COI para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 – grupo de inspetores responsável por acompanhar a preparação do Rio – visitou a capital fluminense e fez duras críticas ao andamento das obras.

Na época, a executiva alegou “motivos pessoais” para deixar o cargo. A Prefeitura divulgou nota informando que Maria Silvia optara pela saída porque pretendia retornar ao setor privado. Colaborou Marcio Dolzan.

*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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