Novo ministro de Defesa alerta as Farc sobre fim da paciência dos colombianos

  • Por Agencia EFE
  • 12/06/2015 18h23
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Washington, 12 jun (EFE).- O novo ministro de Defesa da Colômbia, Luis Carlos Villegas, fez um alerta nesta sexta-feira às Forças Armadas Revolucionárias (Farc) de que a paciência dos colombianos tem fim, destacando também que os Estados Unidos têm um “tempo limitado” para apoiar o processo de paz no país.

Villegas, que na próxima segunda-feira abandonará seu atual cargo como embaixador da Colômbia em Washington e assume o ministério no dia 22 deste mês, expressou suas ideias sobre o processo de paz em um encontro com a imprensa na capital americana.

“A intensificação dos ataques por parte das Farc desde maio resultou em fatos impugnáveis, tristes, que não deveriam ter ocorrido e que são exatamente o que queremos eliminar da realidade colombiana com o fim do conflito”, ressaltou Villegas.

Apesar disso, o diplomata e ex-integrante da equipe de negociação do processo de paz com as Farc considerou que esses incidentes não devem gerar pessimismo sobre a negociação final.

“Mas certamente a paciência tem um fim, e esse fim está sendo medido na opinião pública colombiana. Acho que todos os que estão envolvidos nessa nova ofensiva terrorista devem saber quantificar essa paciência dos colombianos”, alertou o novo ministro.

Nomeado para assumir o cargo pelo presidente Juan Manuel Santos no fim de maio, Villegas destacou que o tempo é fundamental nas negociações de paz que estão ocorrendo desde novembro de 2012.

“O tempo é finito, tem limites que não necessariamente se traduzem em uma data, mas em contextos, em impulsos”, explicou.

Villegas afirmou que durante seus 18 meses como embaixador em Washington constatou o “apoio permanente público dos EUA” ao processo de paz na Colômbia.

No fim de abril, o governo americano anunciou que deve investir US$ 638 milhões nos próximos cinco anos para apoiar o pós-conflito na Colômbia, através da Agência Americana para o Desenvolvimento (Usaid).

Segundo o ministro, esse compromisso, somado à nomeação de um enviado especial para o processo de paz na Colômbia, Bernie Aronson, “sugere a confiança dos EUA em que chegaremos a um bom termo na negociação de paz”.

No entanto, o embaixador colombiano reconheceu que a campanha para as eleições presidenciais dos EUA, marcadas para novembro de 2016, pode ter um impacto no respaldo dado pelo aliado.

“Aqui há uma campanha que é longa, dura e afeta necessariamente os espaços nos quais o governo pode se movimentar; Por isso, tantas vezes eles nos disseram que tinham um tempo limitado para os assuntos relacionados ao processo de paz”, explicou Villegas.

“Isso é uma realidade que não está dentro do controle das Farc, nem do governo colombiano, nem sequer do governo dos EUA. É um cronograma político que está aí, e que tem influência, não sei se decisiva, nas conversas”, acrescentou.

Villegas assumiu o posto de embaixador da Colômbia em Washington em novembro de 2013, depois de um ano de atuação como negociador do governo com as Farc em Havana. EFE

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