Obama admite dificuldades para paz e Abbas diz que não há tempo a perder

Washington, 17 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu nesta segunda-feira que o processo de paz entre israelenses e palestinos está enfrentando dificuldades ao receber na Casa Branca o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que por sua vez afirmou que “não há tempo a perder”.

A paz no Oriente Médio “é obviamente um objetivo difícil de se alcançar”, comentou Obama ao início de sua reunião com Abbas no Salão Oval, onde há duas semanas se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O processo de negociações diretas entre israelenses e palestinos iniciado no ano passado “é muito duro, muito difícil”, e “vamos ter de tomar algumas decisões políticas difíceis e riscos”, pediu Obama ao presidente da ANP.

“Minha esperança é que possamos seguir vendo avanços nos próximos dias e semanas”, disse Obama, que se mostrou convencido de que “há uma oportunidade” para se conseguir a paz.

Abbas, por sua parte, argumentou que “não há tempo a perder” nas negociações e agradeceu Obama pelo “apoio político e econômico” de Washington para o reconhecimento do Estado palestino.

“Estamos trabalhando por uma solução” que se baseia no reconhecimento das fronteiras de 1967, para que palestinos “possam ter seu próprio Estado independente” e conseguir “uma solução justa e duradoura ao problema dos refugiados”, defendeu Abbas.

O líder da ANP disse também que espera que Israel cumpra o acordo pelo qual deve libertar um novo grupo de presos palestinos antes de 29 de março.

O governo de Obama busca com este encontro com Abbas e o de duas semanas com Netanyahu o sinal verde de ambos os líderes para apresentar antes do final de abril um documento que consolide as bases de um futuro acordo de paz, após quase oito meses de conversas entre as duas partes, nas quais houve poucos avanços.

Para os palestinos, as quatro questões fundamentais para estabelecer um acordo antes da data fixada são a polêmica sobre o caráter judeu do Estado de Israel, a questão de Jerusalém, a segurança e a questão das fronteiras.

Após sua reunião no Salão Oval, Obama e Abbas terão hoje um almoço privado na Casa Branca. EFE