Obama apresenta plano para tornar EUA um país “líder em energia solar”
Washington, 9 mai (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou nesta sexta-feira um plano para melhorar a eficiência energética e impulsionar a produção e o consumo da energia solar no país, com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e consolidar o país como “líder global” no uso dessa fonte renovável.
“Estamos nos transformando em um líder global em energia solar, mas temos mais trabalho a fazer”, declarou Obama em um discurso em Mountain View, na Califórnia, onde apontou o ano 2020 como meta para escorar essa estratégia.
O presidente, que antecipou há meses sua meta de reduzir em 17% até 2020 as emissões de gases que ocasionam o efeito estufa, em relação aos níveis de 2005, apresentou hoje uma série de iniciativas com as quais espera contribuir para esse objetivo, fundamental para sua promessa eleitoral de lutar contra a mudança climática.
Obama anunciou um investimento de US$ 2 bilhões para reduzir o consumo em edifícios federais, e 300 alianças com dúzias de empresas, que gerarão mais de 850 megawatts de energia solar, o suficiente para alimentar 130 mil casas.
“Estes projetos mostram que há formas rentáveis de combater a mudança climática e criar emprego ao mesmo tempo”, assegurou o presidente em um centro comercial da cidade.
“A longo prazo, isso será bom para a economia”, acrescentou, ao rejeitar os argumentos dos que se opõem aos investimentos em energias renováveis devido a seu custo. “E, se não agirmos, a ascensão do nível do mar, a seca, os incêndios, as tempestades graves; tudo isso será ruim para a economia”.
Entre os anúncios, que não requerem a aprovação do Congresso, estão propostas para usar mais energia solar em casas populares ou para pessoas de poucos recursos, e o compromisso de uma dúzia de companhias para aumentar seu uso da energia solar, entre elas Apple, Google, Yahoo!, Ikea e Wal-Mart.
“Hoje, não importa onde você viva ou onde faça negócios, a energia solar é cada vez mais barata e mais fácil de usar. Como cada vez mais negócios, cooperativas rurais e lares optam por essa fonte, os preços baixam cada vez mais, e empregos são criados”, argumentou.
Os empregos no setor da energia solar aumentaram 20% nos EUA em 2013, segundo Obama, que acredita que a instalação de mais painéis solares pode reempregar os empregados da construção que ficaram desempregados após a explosão da bolha imobiliária.
“A cada quatro minutos, outro lar ou empresa americana passa a ser alimentado por energia solar, e cada painel é colocado por um trabalhador cujo emprego não pode estar no exterior”, ressaltou.
O presidente lembrou, além disso, que o custo de um sistema de energia solar caiu 50% nos últimos três anos, enquanto a geração de eletricidade a partir dessa fonte nos EUA se multiplicou por dez desde 2009.
Uma das ações executivas anunciadas hoje permitirá ao Departamento de Energia organizar programas de formação em 400 centros públicos de educação superior de todo o país, a fim de formar 50 mil novos trabalhadores da indústria solar até 2020.
Obama também promoveu hoje sua iniciativa para melhorar a eficiência energética dos edifícios do país em 20% até 2020, à qual se somaram vários estados, cidades e organizações que implementarão essa estratégia em uma área “equivalente a 17 mil campos de futebol”, segundo a Casa Branca.
Além disso, o presidente revelou o investimento de mais US$ 2 bilhões nos próximos três anos em melhoras de eficiência energética dos edifícios federais, o que eleva a US$ 4 bilhões o investimento total nesse área até 2016 e, segundo Obama, permitirá economizar “bilhões de dólares” em custos de energia.
Obama fechou, com esses anúncios, uma semana na qual se concentrou em impulsionar sua estratégia contra a mudança climática, a partir da publicação na terça-feira de um relatório elaborado por cientistas de todo o país, segundo o qual os efeitos da mudança climática já são sentidos em todos os cantos dos EUA. EFE
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