Obama avalia mudar lei de 2008 para acelerar deportações de crianças
Washington, 2 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considera apresentar um projeto com alterações em uma lei de 2008 para acelerar a deportação de crianças que chegam na fronteira com o México, disse nesta quarta-feira à Agência Efe um funcionário da Casa Branca que pediu anonimato.
Obama informou na segunda-feira em carta ao Congresso que em breve enviará uma série de solicitações para dar mais autoridade ao secretário de Segurança Nacional, Jeh Johnson, para acelerar a deportação de menores vindos principalmente da América Central, de países como Guatemala, Honduras e El Salvador.
Uma das opções avaliadas por Obama é mudar uma lei de 2008 que exige que a Patrulha Fronteiriça entregue ao Departamento de Saúde as crianças imigrantes ilegais que cruzam a fronteira do país e cuja nação de origem não faça fronteira com os EUA, em vez de deportá-los imediatamente.
Isso permitiria tratar os menores da América Central “como tratamos as crianças do México”, que podem ser deportados assim que entram no país, explicou o funcionário a Efe.
“Em todo caso, se examinará qualquer pedido humanitário relacionado a cada um delas, e se garantirá que os países para onde elas serão devolvidas tenham mecanismos para poder reintegrá-los de forma segura”, acrescentou.
A lei de 2008 foi assinada em um momento em que “não estavam chegando crianças centro-americanas nas quantidades que chegam agora, o objetivo era protegê-las do tráfico de pessoas”, ressaltou a fonte.
Apesar disso, o governo americano continua decidido a proteger os menores dos traficantes de pessoas e a dar um refúgio seguro para aqueles que fogem de um meio comprovável de perseguição em seu país de origem, acrescentou.
Alguns ativistas se mostraram preocupados com o efeito que a mudança em uma lei criada para proteger menores que podem ser vítimas de tráfico de pessoas e outros abusos pode ter.
Segundo dados do governo, cerca de 90 crianças e adolescentes não acompanhados cruzam a fronteira entre EUA e México diariamente. Nos últimos meses já somam 52 mil detidos, número que pode chegar a 100 mil no final do ano. EFE
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