Obama pressiona presidente de Mianmar a dar impulso às reformas democráticas

  • Por Agencia EFE
  • 13/11/2014 16h39

Naypyidaw, 13 nov (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressionou nesta quinta-feira o chefe do Executivo de Mianmar, Thein Sein, para impulsionar as reformas políticas, econômicas e sociais no país, garantindo também eleições livres, participativas e transparentes em 2015.

Após uma reunião realizada no palácio presidencial de Naypyidaw, Obama afirmou em entrevista coletiva que as mudanças são difíceis, mas ao mesmo tempo se mostrou o otimista sobre as possibilidades de Mianmar.

“Reconhecemos que as mudanças são duras, que nem sempre se pode avançar em linha reta, mas ao mesmo tempo sou otimista. Disse ao presidente Sein que aqueles que perseguem sinceramente as reformas sempre contarão com os Estados Unidos como um aliado forte”, disse o presidente americano.

Obama destacou que a democratização no país é real, e citou como exemplos a libertação de presos políticos e a campanha para terminar com o recrutamento de menores. Apesar disso, considerou que o processo ainda está incompleto, criticando a violência contra a minoria rohingya e as dificuldades para fazer emendas na constituição para as eleições gerais do próximo ano.

O regime militar que governava o país aprovou uma nova constituição em 2008, que reserva às Forças Armadas uma cota de cadeiras no Legislativo e outras atribuições. A oposição liderada pela vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi considera como antidemocrática.

Sein afirmou que tem mantido uma conversa franca com a oposição, e se comprometeu a avançar nas reformas, apesar de citar que algumas delas – sem detalhar quais -, precisam de tempo para serem concluídas.

“Estamos no processo de atender essas preocupações, mas definitivamente temos que atendê-las”, disse o presidente birmanês, primeiro-ministro da última junta militar e atual principal condutor das reformas.

Obama chegou ontem à noite a Mianmar para participar das reuniões de cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e do Fórum Ásia Oriental. O presidente americano deixa o país amanhã, mas antes se reunirá com Suu Kyi e com a diretora do Corpo de Paz, Carrie Hessler Radelet.

Suu Kyi denunciou há uma semana a paralisação do processo de reformas no país e voltou a alertar os Estados Unidos para evitar um excesso de otimismo.

A oposição reivindica uma reforma constitucional que elimine cláusulas que considera antidemocráticas e que impedem que ela se candidate à presidência. Uma delas, por exemplo, é ter sido casada como um estrangeiro.

Suu Kyi viveu mais de 15 anos em prisão domiciliar por enfrentar a ditadura militar que governou o país por 49 anos. Em 2010, ela foi libertada, conseguiu reorganizar seu partido, a Liga Nacional pela Democracia, principal vencedor das últimas eleições parciais em Mianmar. EFE

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