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Obama quer melhorar relação entre polícia e minorias após caso Garner

Washington, 3 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou nesta quarta-feira seu compromisso com a melhora das relações entre a polícia e as minorias do país, depois que um júri nova-iorquino decidiu não indiciar o policial que causou a morte do homem negro Eric Garner no mês de julho.

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Obama falou depois que o grande júri do bairro nova-iorquino de Staten Island decidiu hoje não apresentar acusações contra o policial Daniel Pantaleo, que supostamente causou a morte de Eric Garner durante uma abordagem.

Garner, de 43 anos, era asmático e morreu no dia 17 de julho por asfixia, segundo determinou a autópsia, depois que Pantaleo lhe aplicou uma gravata no pescoço e o estrangulou, uma ação que foi gravada em vídeo por um transeunte.

A morte de Garner gerou protestos e indignação em uma cidade onde já existia tensão por vários casos de brutalidade policial, nos quais as vítimas são principalmente negros e latinos.

Em declarações feitas em Washington, Obama disse que o episódio evoca “grandes questões das quais falamos durante a última semana, no último mês, no último ano e, tristemente, há décadas”.

“E isso é a inquietação de muitas comunidades de minorias que consideram que as forças da ordem não lidam com eles de maneira justa”, destacou o presidente.

Obama se mostrou cauteloso e não quis comentar sobre o caso de Nova York, fiel a sua “tradição” de “não fazer comentários sobre casos que ainda estão sendo investigados”.

“Esse é um problema americano, quando alguém deste país não é tratado com igualdade perante a lei. É um problema e, como presidente, é meu trabalho ajudar a resolvê-lo”, afirmou Obama em discurso na Conferência Anual de Tribos Nativas.

“Não estou interessado em palavras, estou interessado em ações. E estou absolutamente comprometido, como presidente dos EUA, a garantir que temos um país no qual todo o mundo acredita no princípio fundamental de que somos iguais perante a lei”, disse.

Obama fez esses comentários dois dias após anunciar uma série de medidas para combater a “crescente desconfiança” entre os departamentos locais de polícia e as comunidades, especialmente as minorias, algo que considerou “um problema nacional”.

O presidente pedirá ao Congresso US$ 263 milhões em recursos para investir, ao longo de três anos, em várias medidas relacionadas com as polícias locais, entre eles US$ 75 milhões para fazer com que aproximadamente 50 mil agentes tenham câmeras incorporadas em seu uniforme, para que suas interações com civis sejam registradas.

O anúncio aconteceu após os graves distúrbios ocorridos na semana passada em Ferguson, depois que o grande júri de Saint Louis decidiu não indiciar o policial branco Darren Wilson pela morte do jovem negro Michael Brown.

Wilson, de 28 anos, disparou contra Brown, de 18 anos, e que estava desarmado, depois que o jovem roubou uma caixa de cigarros em um supermercado de Ferguson, nos arredores de Saint Louis (Missouri), em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas publicamente. EFE

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