Ofensiva aérea israelense em Gaza destrói 190 imóveis em quatro dias

  • Por Agencia EFE
  • 11/07/2014 11h15
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Jerusalém, 11 jul (EFE).- Cerca de 190 casas e edifícios foram destruídos em Gaza desde o início da ofensiva militar israelense Limite Protetor, que em quatro dias deixou mais de 100 mortos e quase 700 feridos, a maioria civis.

A maior parte destas construções destruídas pela aviação e a marinha de guerra israelense são imóveis privados, informou o Ministério do Interior da Faixa de Gaza.

Nesta sexta-feira, o bombardeio mais grave aconteceu em uma casa da cidade de Rafah, ao sul de Gaza, onde cinco membros da mesma família morreram em uma ação sem aviso prévio que segundo os moradores destruiu completamente o edifício e várias propriedades próximas.

A estratégia do exército israelense de atacar imóveis civis sob a justificativa de que alguns de seus moradores estão vinculados ao movimento islâmico Hamas despertou críticas na comunidade internacional e em Israel.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou hoje a escalada do conflito na Faixa de Gaza e denunciou que Israel viola a lei internacional quando bombardeia áreas povoadas e especialmente casas.

“Recebemos relatórios muito preocupantes que indicam que a maioria das vítimas civis, incluídas crianças, ocorreram como resultados de bombardeios sobre casas. Estes relatórios levantam muitas suspeitas sobre se Israel cumpre a lei internacional”, disse Pillay, citada em um comunicado.

“Atacar casas onde residem civis é uma violação da lei humanitária internacional a menos que esses lares tenham um uso militar. Em caso de dúvida, edifícios usados de forma ordinária por civis, como casas, não são um alvo militar legítimo”, advertiu a representante de direitos humanos da ONU.

“Inclusive quando se identifica que um lar é usado para fins militares, qualquer ataque deve ser proporcional, e se devem tomar todas as precauções possíveis”, acrescentou Pillay.

“O governo de Israel deve se assegurar que respeita os princípios de distinção, proporcionalidade e precaução em seus ataques, como se requer de acordo com a lei humanitária internacional”, acrescentou.

A alta comissária se mostrou “alarmada” tanto pela operação militar israelense como pelo lançamento indiscriminado de foguetes da Faixa de Gaza em direção a Israel. Mais de 600 projéteis foram lançados de Gaza desde o início da ofensiva israelense.

Navy Pillar afirmou que as duas partes em conflito devem investigar qualquer violação da lei para julgar os culpados e obter compensação para as vítimas.

Na mesma linha, a ONG israelense Betselem reiterou ontem que bombardear imóveis familiares dos milicianos palestinos “viola o direito internacional humanitário”. EFE

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