ONG venezuelana diz que resoluções da ONU são mais importantes que sanções

  • Por Agencia EFE
  • 11/03/2015 12h13
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Praga, 11 mar (EFE).- A ONG Fórum Penal Venezuelano assegurou nesta quarta-feira em Praga que as decisões da ONU sobre direitos humanos na Venezuela são mais significativas que as sanções impostas a sete funcionários venezuelanos pelos EUA.

O diretor-executivo da ONG disse ter ficado surpreso porque o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, parece mais alarmado pelas restrições dos Estados Unidos do que pelas resoluções das Nações Unidas.

“Não estou tão de acordo, honestamente, com o fato de que os países, de alguma maneira, influenciem sobre a situação venezuelana”, declarou à Agência Efe em Praga Alfredo Romero, diretor-executivo do Fórum Penal.

“Pelas reações (do Executivo de Maduro), me surpreendeu que pareceu mais afetado pela lei de sanções dos EUA do que resoluções do alto comissário de direitos humanos do comitê contra tortura (da ONU), que para mim são mais importantes”, acrescentou.

“Nós não temos nada a ver com reações de governos específicos, mas acudimos a instâncias como a ONU. O que o governo dos EUA fizer é uma questão nacional”, afirmou o advogado caraquenho.

Maduro pediu ontem à Assembleia Nacional venezuelana poderes “suficientes” para fazer frente “às ameaças” dos EUA “nos complexos cenários que se abriram para a Venezuela”, após as sanções impostas pelo governo dos EUA a funcionários venezuelanos.

Washington os acusa de terem violado os direitos humanos durante os protestos antigovernamentais que ocorreram no país em 2014 e a decisão do presidente americano, Barack Obama, representou para Maduro o passo “mais agressivo” da história da Casa Branca contra a Venezuela.

O relator da ONU sobre a tortura, Juan Méndez, apresentou hoje ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra um relatório que conclui que o país caribenho violou o direito internacional “ao não tomar medidas para prevenir atos de maus tratos” de manifestantes e detidos.

Alfredo Romero foi à capital tcheca como membro do júri no festival de documentários sobre direitos humanos “Um Mundo”.

O Fórum Penal agrupa dois mil ativistas e 200 advogados, e interveio até o momento em mais de 2,5 mil casos de detenções.

Segundo Romero, seu objetivo não é uma mudança de governo na Venezuela, mas um “mudança de pensamento” e que “o próprio governo entenda que o diálogo, que a aceitação da dissidência é elementar”.

O ativista denunciou, além disso, uma campanha de “perseguição e assédio” sofrida por ele e outros membros da ONG. EFE

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