ONU denuncia EI por assassinar quem tenta fugir de seu califado no Iraque
Genebra, 28 jul (EFE).- O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assassina quem tenta fugir das áreas que estão sob seu controle no Iraque através da cordilheira de Hamrin, no nordeste do país, denunciou a ONU nesta terça-feira.
A seção de Direitos Humanos da organização mundial relatou vários casos documentados de civis que, em grupo ou em família, saíram de áreas controladas pelo EI e foram assassinados no caminho.
Os jihadistas também não mostram nenhuma piedade por aqueles que prestam alguma ajuda a quem decide fugir.
A porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, disse que homens armados do Estado Islâmico fazem emboscadas aos fugitivos, que também são atacados por franco-atiradores.
Em um incidente documentado, três taxistas foram executados em Shirqat por terem transportado moradores desta cidade através das montanhas de Hamrin.
Além disso, informou de casos de famílias inteiras raptadas pelos jihadistas na rota entre Tikrit e Al-alam.
O desespero empurra as famílias para a fuga apesar dos terríveis riscos que não só os jihadistas representam, mas como também as condições da rota, que passa por regiões desabitadas, totalmente sem sinais ou trilhas e com temperaturas extremas.
A ONU verificou os casos de pelo menos quatro famílias cujos membros, incluídas crianças e idosos, sucumbiram no caminho, que leva entre oito e 12 horas. Sabe-se que partiram sem guia e com poucas provisões, assinalou Shamdasani.
A ONU denunciou também que Estado Islâmico continua a atacar com terrível violência aqueles que criticam sua ideologia e regras, como fez no último dia 20 ao executar publicamente um imã em Mossul.
Um semana antes, outros quatro ímãs foram executados por recitar durante o mês de jejum muçulmano (Ramadã) orações especiais que não são autorizadas pelo Estado Islâmico.
Em um dos incidentes mais violentos que se tem notícia, os terroristas massacraram com escavadeiras nove pessoas no centro de Mossul por suspeitar que eram colaboradores das forças de segurança do Iraque e da região autônoma curda. EFE
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