ONU reconhece que é difícil realizar eleições na Ucrânia com atual violência

  • Por Agencia EFE
  • 06/05/2014 10h38

(Atualiza com mais declarações).

Genebra, 6 mai (EFE).- A realização de eleições na Ucrânia, marcadas para o dia 25 de maio, será difícil caso se mantenha no leste do país os níveis de violência alcançados nos últimos dias, alertou nesta terça-feira o porta-voz de Navi Pillay, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos.

“Se a situação continuar sendo a mesma dos últimos dias em certas cidades, quando ocorreram vários incidentes muito violentos, com edifícios importantes incendiados e pessoas assassinadas nas ruas, obviamente é muito difícil que se realize uma eleição”, afirmou Rupert Colville.

A agência das Nações Unidas mantém uma missão com 34 observadores na Ucrânia, que registram e documentam as violações dos direitos humanos por parte das forças governamentais e dos grupos rebeldes pró-Rússia.

Os resultados das investigações serão divulgados no dia 15 de maio. A alta comissária pediu ainda que o governo ucraniano assegure que as operações militares e policiais nas regiões do leste e sudeste do país se efetuam sem o uso desproporcional da força.

“É muito importante que as próprias autoridades demonstrem um respeito absoluto ao estado de direito e protejam escrupulosamente os direitos humanos de todos, incluída a população que fala russo”, disse o porta-voz de Pillay em entrevista coletiva.

Aos grupos opositores, pediu que “parem suas ações ilegais”, concretamente “entregar as armas, detenham as pessoas que prenderam de forma arbitrária e desocupem os edifícios públicos” tomados pela força.

Além disso, a ONU pediu para as autoridades realizarem uma investigação “rápida, transparente e completa” sobre os eventos nas regiões de Odessa e Donestk, que levaram à morte de dezenas de pessoas nos últimos dias.

Particularmente, as Nações Unidas pediram para que esclareça as circunstâncias do incêndio provocado no edifício de um sindicato na cidade de Odessa na sexta-feira passada, incidente no qual se acredita que 40 pessoas morreram.

A organismo enfatizou que apenas o diálogo entre as partes em conflito, sob o comando de seus respectivos líderes, pode deter a “retórica do ódio” que tomou conta da Ucrânia e a espiral de violência “antes que se perca totalmente o controle”. EFE

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