Oposição alemã cobra resposta diante de nova espionagem por parte dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 10/07/2014 10h37
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Berlim, 10 jul (EFE).- A oposição alemã exigiu nesta quinta-feira uma resposta contundente ao governo dos Estados Unidos perante a um possível caso de espionagem americana no Ministério da Defesa, revelado ontem e que ganhou força após a prisão de um duplo agente na última semana.

Antes do início da sessão extraordinária da comissão de segredos oficiais, reunida no Bundestag (câmara baixa) para conhecer os detalhes deste último caso de espionagem, o parlamentar de Esquerda André Hahn exigiu medidas concretas ao Executivo, como a retirada das permissões das pessoas envolvidas no escândalo e o congelamento das negociações sobre o tratado de livre-comércio transatlântico.

Já o parlamentar Hans-Christian Ströbele, dos Verdes, considerou que esse é o momento ideal para o governo reconsiderar sua postura no caso do ex-técnico da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA) Edward Snowden.

Segundo este deputado, Snowden deveria viajar à Alemanha para prestar declarações à comissão parlamentar que investiga a espionagem americana em solo alemão no Bundestag, embora o governo tenha se mostrado contra esta iniciativa, inclusive a de um testemunho por videoconferência desde Moscou.

A procuradoria federal anunciou ontem a investigação de um funcionário do Ministério da Defesa para apurar o possível vazamento de informação aos serviços secretos dos EUA.

Na quarta-feira da semana passada, a procuradoria deteve um espião alemão acusado de atuar como agente duplo para Washington, a quem teria desviado 218 documentos, incluindo atas de reunião da comissão que investiga a espionagem dos EUA na Alemanha.

O governo alemão evitou a falar sobre as consequências desse caso, embora Merkel tenha assegurado que, se fossem confirmadas, as acusações seriam “sérias” e mudariam a cooperação entre os dois aliados.

O ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, qualificou os serviços secretos dos EUA como “estúpido” e “trôpego”, já que, além de espionar um aliado, como é a Alemanha, ainda recrutam “gente de terceira”. EFE

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