Padilha ressalta necessidade de redução de juros
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo Temer vai aproveitar apresentação do balanço da situação financeira da União, marcado para a próxima terça-feira (23), para sinalizar os rumos que deverá tomar no combate à crise econômica. Entre os principais recados, deverá ser ressaltada a ideia de que é preciso adotar iniciativas que permitam a redução a taxa básica de juros da economia.
“Se pegar de 2013 para cá, o governo veio operando em déficit crescente e ganhou uma velocidade terrível em função dos juros da dívida interna. Por isso, temos, em primeiro lugar, que aumentar o emprego e isso significa a retomada da atividade econômica. E, em segundo lugar, mais adiante, vamos criar condições para que haja uma inversão desses juros violentíssimo que a gente está pagando”, ponderou.
Atualmente, a taxa básica de juros é de 14,25%. Ela tem impacto direto na dívida pública, que, no primeiro trimestre do ano, chegou a R$ 2,88 trilhões, de acordo com o Tesouro Nacional. É por esse motivo que o núcleo duro do governo Temer tem no horizonte a redução da Selic, ainda que isso não seja possível de imediato.
Segundo o chefe da Casa Civil, a expectativa é que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apresente, durante a entrevista coletiva à imprensa, uma tabela contendo escala de tempo e previsão da redução da taxa. “Em princípio, o ministro Meirelles vai fazer uma demonstração de quanto está e em quanto tempo ele espera que se comece a ter uma reversão nos juros. Não será nada imediato. O Banco Central não vai fazer isso a partir de amanhã. O mercado que tem que oferecer condições para tanto”.
A apresentação, marcada para a próxima terça-feira (24), no Palácio do Planalto, deve contar com as presenças do presidente em exercício, Michel Temer, e dos ministros do Planejamento, Romero Jucá, e de Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Na ocasião, não está prevista a divulgação de aumento de impostos como forma de repor o déficit de R$ 170,5 bilhões das contas públicas.
O tamanho do rombo representa 2,75% do PIB. A meta inicial estabelecida pelo governo Dilma era de R$ 96,6 bilhões. “Não vamos aumentar. Agora não. Nós poderemos até discutir mais adiante com a sociedade, depois que se demonstrar que a gente inverteu a tendência do governo de aumentar o déficit”, concluiu Padilha. A nova meta fiscal deverá ser votada, também nesta terça, em sessão do Congresso.
Imposto
Apesar de não haver, ao menos no curto prazo, a previsão de aumento de imposto, os ministros vão apontar alguns dos programas que serão alvo de remanejamento. “Isso vai ser parte da demonstração. O bombástico é que, se não houver uma intervenção profunda, há o risco de comprometermos até as folhas de pagamento deste ano”, alertou o ministro.
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