Pai de repórter assassinada pede aumento do controle de armas nos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 27/08/2015 20h38

Washington, 27 ago (EFE).- O pai da repórter Alison Parker, assassinada junto ao cinegrafista Adam Ward na quarta-feira enquanto faziam uma entrevista ao vivo, afirmou nesta quinta-feira que não descansará até que os Estados Unidos encontrem uma forma de tirar as armas das mãos de pessoas “mentalmente instáveis”.

“Temos que encontrar uma forma de afastar os loucos das armas. As pessoas que são mentalmente instáveis, de forma alguma são capazes de obter armas”, repetiu em várias entrevistas à imprensa local Andy Parker, pai de Parker, de 24 anos, que trabalhava para a emissora “WDBJ7”, afiliada da “CBS”.

Na manhã de quarta-feira, o cinegrafista de 27 anos Adam Ward e a repórter foram assassinados a tiros pelo ex-colega de trabalho Vester Lee Flanagan, conhecido como Bryce Williams na imprensa, enquanto entrevistavam ao vivo.

Flanagan, que havia sido demitido há dois anos pela emissora, fugiu por mais de cinco horas depois de cometer o crime e atirou em si mesmo ao ser encurralado pelas autoridades. O atirador morreu mais tarde no hospital para onde foi transferido.

“Quantas vezes mais vamos ver esses incidentes? Newtown, Charleston, as salas de cinema, o que for. Isto tem que parar”, pediu Parker, que mencionou alguns dos maiores massacres do país, como o tiroteio de junho em Charleston, na Carolina do Sul, onde um jovem branco assassinou nove fiéis de uma igreja da comunidade negra para iniciar uma “guerra racial”.

O pai da repórter também fez referência ao tiroteio em 2012 em uma escola de Newtown, em Connecticut, no qual morreram 20 crianças. Após o incidente, o presidente dos EUA, Barack Obama, começou a pressionar ao Legislativo para aprovar leis mais restritivas sobre o controle de armas.

Os esforços de Obama não funcionaram, e nesta quarta-feira a Casa Branca insistiu que o Congresso atue com urgência e “bom senso” para reduzir a violência armada no país.

O tiroteio também deixou ferida a mulher que estava sendo entrevistada, que agora se recupera em um hospital.

Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira em frente ao canal de televisão, Jeffrey A. Marks, presidente e diretor da emissora, explicou que Flanagan trabalhou para a “WDBJ7” entre março de 2012 e fevereiro de 2013, e quando foi demitido reagiu com raiva e precisou ser escoltado pela polícia para fora do edifício.

De acordo com o executivo, ao ser demitido, Flanagan entregou a um dos diretores da emissora uma cruz de madeira e afirmou: “você precisará disto”.

Flanagan enviou por fax um documento de 23 páginas à emissora “ABC” após o tiroteio para justificar que sua ira “tinha crescido pouco a pouco” por causa de supostos casos de discriminação racial e assédio sexual, pelos quais entrou com um processo contra a antiga empregadora, mas ainda não se sabe se esse foi o motivo do crime.

O tiroteio e as imagens da transmissão geraram comoção pelo mundo. Nas portas da emissora foram posicionadas velas e mensagens para homenagear os jornalistas mortos. EFE

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