Países árabes pedem nova resolução ONU para pôr fim à ocupação israelense

  • Por Agencia EFE
  • 15/01/2015 19h29

Cairo, 15 jan (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores dos países árabes encarregaram nesta quinta-feira a Liga Árabe a propor ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que estabeleça uma agenda para o fim da ocupação israelense nos territórios palestinos.

Os dirigentes árabes, que realizaram uma reunião extraordinária no Cairo, pediram em seu comunicado final ao organismo pan-árabe e ao Comitê da Iniciativa Árabe de Paz (CIAP) que continuem suas consultas sobre este assunto com os membros permanentes do Conselho de Segurança e as potências regionais.

O CIAP, integrado por vários países árabes, é o organismo de acompanhamento da Iniciativa Árabe de Paz no Oriente Médio, aprovada na cúpula árabe de Beirute, em 2002, e baseada no reconhecimento de dois Estados, palestino e israelense, segundo as fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como capital do Estado palestino.

Os participantes da reunião de hoje defenderam a Iniciativa Árabe de Paz, que “ainda representa a solução ideal para se conseguir a paz e acabar com o conflito árabe-israelense”.

Em 7 de janeiro, a ONU confirmou ter recebido e registrado a documentação apresentada pela Autoridade Nacional Palestina para aderir a 16 tratados multilaterais, entre eles o que criou o Tribunal Penal Internacional.

Deputados espanhóis, franceses, belgas, britânicos, irlandeses e portugueses aprovaram recentemente resoluções não vinculativas que instam os governos de seus países a reconhecer o Estado palestino, enquanto a Suécia decidiu reconhecê-lo de fato.

Além disso, os ministros árabes rejeitaram “de forma categórica” reconhecer Israel como Estado judeu e as pressões que o governo do país exerce sobre os palestinos neste sentido.

Os ministros das Relações Exteriores árabes expressaram sua “grande preocupação” pela continuação da violência na Líbia e afirmaram que a solução política “é a única via para solucionar a crise” neste país, por meio de “um diálogo nacional pactuado e com a participação de todas as partes que rejeitam a violência”.

Sob a supervisão da ONU, ontem foi iniciada na sede do organismo em Genebra uma nova rodada de conversas entre facções políticas que disputam o poder na Líbia, a fim de abrir caminho para um fim das hostilidades e a retirada dos grupos armados dos centros povoados.

Os ministros árabes pediram a anulação dos obstáculos que impedem armar o exército líbio e condenaram os atentados contra as instituições políticas e econômicas do país, sobretudo as petrolíferas.

Além disso, criticaram as últimas declarações do chefe do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, que comparou no dia 9 de janeiro as práticas do governo de Bahrein contra os opositores xiitas com as políticas israelenses contra os palestinos, tachando o regime bareinita de “projeto similar ao sionista”. EFE

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