Palestinos agradecem América Latina por sua solidariedade

  • Por Agencia EFE
  • 11/08/2014 15h04
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María Sevillano.

Ramala, 11 ago (EFE).- As autoridades da Palestina agradeceram nesta segunda-feira os representantes de vários países latino-americanos pelos gestos e iniciativas que seus governos tiveram com o povo palestino durante a última operação militar israelense na Faixa de Gaza.

Os chefes dos escritórios de representação de Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Equador e México foram convocados hoje na capital administrativa da Cisjordânia, onde centenas de pessoas e de funcionários palestinos mostraram sua satisfação pela condenação desses países às ações israelenses na Faixa de Gaza.

Em um evento em Ramala, o veterano membro do comitê central do Fatah, Nabil Saath, lembrou figuras emblemáticas da esquerda latino-americana, como Che Guevara e Salvador Allende, “que sempre se levantaram pelos oprimidos”.

“A América Latina não se levanta pelos interesses econômicos ou criados pela agenda dos EUA e da ONU, mas por convicção, apoio e carinho aos valores de liberdade e justiça”, afirmou o político palestino.

“Se posicionaram ao nosso lado cortando relações econômicas, convocando embaixadores de Tel Aviv e fazendo pedidos como o do presidente boliviano Evo Morales, que afirmou que Israel deveria ser considerado um Estado terrorista”, disse Saath durante seu discurso em uma das principais praças de Ramala.

Por isso, ressaltou, “estamos aqui para agradecer o apoio e também por seus votos para que a Palestina fosse reconhecida como um Estado pela ONU”.

Desde o início da operação Limite Protetor das Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês) contra o Hamas na Faixa de Gaza, que até o momento já resultou em quase 2 mil mortes entre os palestinos, Brasil, Chile, Peru, El Salvador e Equador decidiram convocar seus embaixadores em Israel para consultas como sinal de protesto.

Além disso, a Bolívia anunciou recentemente que exigirá a concessão de vistos para os israelenses que quiserem visitar o país, assim como a Argentina, que lamentou a decisão do Estado judeu de lançar uma incursão terrestre no território palestino.

Após a convocação para consultas dos primeiros embaixadores, a Chancelaria israelense lamentou e afirmou que tais ações representavam “um estímulo para o Hamas”. Além disso, houve alguns atritos com países como o Brasil, que foi chamado pelo porta-voz das Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor, de “anão democrático” depois das críticas à operação das IDF.

Para o porta-voz do Departamento de Negociações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Xavier Abu Eid, essas mensagens têm dois significados que vão além do alinhamento político.

“Em primeiro lugar, quer dizer que não estamos sozinhos”, e que, “existem países que praticam o que pregam. Com isso, a América Latina voltou a se transformar em um exemplo”, opinou Abu Eid.

O porta-voz destacou para a Agência Efe que “os países que realizaram iniciativas como essas também tiveram seus períodos negros de ditaduras e têm um grande apreço pela defesa dos direitos humanos”.

“Sabem da importância da solidariedade internacional e querem transformá-la em ação política. Não é só um gesto de apoio para a Palestina, é uma condenação a Israel que pode ter um efeito dominó”, resumiu. EFE

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