Palestinos cristãos denunciam que Israel impede acesso ao Santo Sepulcro
Jerusalém, 6 abr (EFE).- Um grupo de associações comunitárias cristãs de Jerusalém Oriental denunciou neste domingo que Israel restringirá o acesso à Basílica do Santo Sepulcro durante a próxima Semana Santa em uma medida que considera discriminatória e racista, argumentos que a polícia israelense rechaça taxativamente.
“As medidas restritivas constituem uma grave violação da liberdade de culto”, adverte um comunicado divulgado neste domingo pelas organizações, que incluem fraternidades, clubes sociais, comunitários e esportivos, assim como grupos de escoteiros, segundo o porta-voz Youssef Daher.
“Equivale à discriminação contra os cristãos porque as autoridades da ocupação desejam negar a presença cristã e criar a impressão que (Jerusalém) é uma cidade unicamente judia”, destaca a nota, divulgada após uma reunião realizada no sábado para analisar o problema.
Israel, que controla a Cidade Antiga de Jerusalém desde 1967, impõe durante esta época do ano, na qual os cristãos lembram a Semana Santa e os judeus o Pessach (Páscoa), blitzes e controles policiais nas proximidades de todos os lugares santos, explicou à Agência Efe o porta-voz policial do Distrito de Jerusalém, Asi Aharoni.
“Bloqueamos os acessos ao recinto porque o perímetro é limitado e tentamos evitar que aconteçam tragédias e situações nas quais devido a um número grande de pessoas não possamos garantir a segurança do local”, justificou.
Aharoni colocou como exemplo o fato de que durante momentos de grande devoção e com milhares de pessoas no templo cristão e seus arredores é possível acontecerem desmaios ou outros distúrbios nos quais as equipes de emergência devem poder atuar, razão pela que limitam o acesso.
As restrições são mais severas durante o Sábado de Aleluia, na qual os fiéis ortodoxos realizam a grande cerimônia do Fogo e da Água, na qual se acendem centenas de velas, o que representa um risco especial para a segurança.
Para as associações cristãs palestinas, trata-se de uma medida exagerada, similar à qual sofrem os fiéis muçulmanos que “não podem rezar livremente nem estar com suas famílias e amigos durante ocasiões especiais”.
De acordo com Daher, em uma série de medidas restritivas introduzidas pela Polícia israelense em 2005, os cristãos também não podem subir até o teto da basílica, como costumavam fazer até então, nem ocupar durante a cerimônia do Fogo a parte exterior de acesso, onde caberiam outras 4 mil pessoas.
Durante este mês, o Ministério de Turismo israelense tem prevista a chegada de 125 mil visitantes, pouco mais que o ano passado, dos quais mais da metade costumam ser cristãos que desejam celebrar a Semana Santa. EFE
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