Paralisação atrasa e cancela voos nos aeroportos de São Paulo

  • Por Agencia Brasil
  • 22/01/2015 08h29

Ato de encerramento da paralisação da categoria Tiago Muniz / Jovem Pan Aeroviários fazem ato de encerramento de paralisação no Aeroporto de Congonhas

A paralisação dos trabalhadores da aviação tem cancelado e atrasado voos nos três aeroportos de São Paulo: Congonhas, na zona sul da capital, Gru-Airport, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas. A interrupção dos serviços ocorreu entre as 6h e as 7h de hoje (22) e teve a participação de aeroviários que trabalham em solo como agentes de atendimento, mecânicos e operadores de equipamentos, e aeronautas, que são pilotos e comissários.

Dos 58 voos previstos para sair do Aeroporto de Congonhas nesta quinta, 16 foram cancelados e 17 atrasaram. A assessoria de imprensa do Gru-Airport informou que a Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança de todos durante os protestos. Esse aeroporto ainda não divulgou o balanço atualizado de cancelamentos e atrasos. Há previsão de efeito cascata nesses aeroportos para os próximos voos.

O repórter Jovem Pan Tiago Muniz informou que às 9h40 o movimento era normal. Não havia aglomeração ou confusões. O passageiro que chegar ao aeroporto conseguirá fazer o check-in normalmente. Porém, como o “efeito cascata” pode provocar mais cancelamentos e atrasos ao longo do dia, é importante se informar com a companhia aérea sobre a situação do seu voo. 

Painel de informações mostra grande número de cancelamentos no aeroporto de Congonhas na manhã desta quinta (Tiago Muniz – Jovem Pan)

A assembleia dos trabalhadores está marcada para as 15h de hoje. As categorias pedem reajuste de 8,5% nos salários e benefícios, além de reivindicar questões ligadas ao gerenciamento de risco do cansaço dos tripulantes e à segurança de voo.

Segundo decisão do ministro Barros Levenhagen, do Tribunal Superior do Trabalho, os grevistas devem manter, no mínimo, 80% do serviço durante a paralisação, inclusive no horário das 6 às 7h. A multa diária em caso de descumprimento é R$ 100 mil.

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) argumenta que a paralisação, durante a alta temporada de viagens, pode trazer prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação para os usuários do transporte aéreo. O Snea sustenta que a paralisação é ilegal por ter sido deflagrada sem o esgotamento das tentativas de negociação.

Entre as reivindicações dos aeroviários estão a criação de piso para agente de check-in, vale-refeição de R$ 16,65 para jornada de trabalho de até seis horas, de R$ 22,71 para os demais, seguro de vida no valor de R$ 20 mil, cesta básica de R$ 326,67, jornada de 36 horas semanais. Os aeronautas pedem a definição de valores para as diárias internacionais, o fim do teto para o vale-alimentação, o pagamento para jornadas semanais acima de 44 horas, aumento de folgas mensais, a limitação de trabalho em madrugadas consecutivas, remuneração das horas de solo e o plano de previdência privada.

Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.