Parlamento argentino aprova acordo com Repsol pela desapropriação da YPF

  • Por Agencia EFE
  • 24/04/2014 10h17

Buenos Aires, 24 abr (EFE).- O parlamento da Argentina aprovou nesta quinta-feira o acordo de compensação à companhia petrolífera espanhola Repsol pela desapropriação de 51% das ações da YPF, após um longo e tenso debate no qual a oposição atacou com dureza o governo de Cristina Kirchner.

A iniciativa recebeu o sinal verde do Congresso durante a madrugada por 135 votos a favor -do governante Frente para a Vitória e seus aliados-, 59 contra e 42 abstenções, após mais de 16 horas de debate.

O acordo, aprovado previamente pelo Senado argentino e pelo Conselho de Administração da Repsol, significa o pagamento de US$ 5 bilhões para a companhia espanhola por meio de um menu de bônus, com vencimentos que vão desde 2017 a 2033 e taxas de juros de 7% até 8,75%.

Para arcar com o pagamento, a Argentina lançará uma emissão de dívida pública no valor de até US$ 6 bilhões, que incluirá US$ 5 bilhões em títulos nominais que serão entregues à Repsol mais US$ 1 bilhão para cobrir a soma estipulada caso os títulos sejam cotados em um preço abaixo de seu valor nominal.

A aprovação do acordo pelo parlamento argentino figurava entre as condições do acordo, que significa, por parte da Repsol, a retirada dos processos contra a Argentina em tribunais internacionais.

O governo argentino defende que a compensação é justa e conveniente para o país e permitirá que a YPF, livre de litígios com a Repsol, consiga atrair investimentos para seu ambicioso plano de exploração, com um desembolso de US$ 7 bilhões anuais para o período 2013-2017.

A oposição, por outro lado, questiona a quantia e as condições da compensação, e critica a política energética do governo e sua atitude em relação à companhia petrolífera espanhola.

A YPF está sob controle do Estado argentino desde maio de 2012, quando o parlamento aprovou a desapropriação de 51% das ações da companhia petrolífera que pertencia à Repsol, que mantém uma participação de 12% na maior produtora de hidrocarbonetos do país.

A companhia petrolífera argentina registrou no ano passado um lucro líquido de 5,681 bilhões de pesos (mais de 514 milhões de euros), com uma alta anualizada de 45,6%. EFE

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