Parlamento e governo da Somália acham que não poderá haver eleições em 2016
Mogadíscio, 28 jul (EFE).- O parlamento e o governo federal da Somália afirmaram nesta terça-feira que a eleição prevista para 2016, que seriam o primeiro pleito democrático do país em quase 50 anos, não poderá acontecer por razões de segurança e problemas com o registro de eleitores.
“Todo mundo pode entender que a eleição não poderá ser celebrada na Somália em 2016 por problemas de segurança, com o censo de população, pela logística e por conflitos federais e entre clãs”, disse o assessor governamental Ali Abdullahi aos jornalistas, apesar de reconhecer a necessidade delas e de uma mudança de governo.
Na próxima quinta-feira haverá em Mogadíscio um encontro organizado pela ONU para pedir ao governo à realização de eleições e começar a organizar a transferência de poderes.
No entanto, na sessão parlamentar realizada hoje, com a presença do primeiro-ministro somali, Omar Abdirashid, deputados e membros do Executivo concordaram que não será possível transferir poderes de forma democrática em agosto de 2016.
Parlamento e governo concordaram hoje em convocar todas as agências constitucionais (dos poderes legislativo e executivo e dos estados federais) para um encontro com a comunidade internacional para debater “a melhor opção” para as eleições de 2016.
As consultas terminariam no final de 2015, para que as medidas fossem adotadas antes do fim do mandato atual.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias radicais islâmicas, “senhores da guerra” e quadrilhas armadas.
O país iniciou sua transição democrática em 2004, que terminou em 2012 com a eleição pelo parlamento nacional de Hassan Sheikh Mohamud como presidente, que deveria permanecer no cargo durante quatro anos.
O presidente somali concluirá seu mandato em 2016 e deveria convocar as primeiras eleições democráticas da Somália desde 1967, quando o presidente Abdirashid Ali Shermarke subiu ao poder. EFE
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